Desemprego cresce no ABC em 2014, puxado por comércio e indústria

Alexandre Loloian, coordenador técnico da Fundação Seade

Números da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) da Fundação Seade e do Dieese, realizada em parceria com o Consórcio Intermunicipal, mostram que o nível de desemprego subiu no ABC em 2014, na comparação com 2013. O índice passou de 10,1% para 10,7% de um ano para o outro. Há 150 mil pessoas sem trabalho na região.

O desempenho negativo foi puxado principalmente por dois setores: Indústria de Transformação, que eliminou 13 mil postos de trabalho no ano (queda de 4%) e Comércio e Reparação de Veículos Automotores, que teve redução de 19 mil empregos (queda de 8,8%).

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O desemprego só não foi maior na região por causa do setor de Serviços, que andou na contramão e se destacou positivamente em 2014. Responsável por 52,4% dos empregos do ABC, os Serviços criaram 30 mil postos de trabalho no ano passado, crescimento de 4,8% em relação a 2013. O ramo da Construção também fechou 2014 no azul, com a criação de 3 mil empregos.

“No início do ano [2014] a indústria ensaiou um movimento de crescimento, mas aí a partir de junho sempre ficou abaixo disso”, explica o coordenador técnico da Fundação Seade, Alexandre Loloian. “O comércio teve um desempenho bom no começo de 2014, mas despencou em março. Caiu por conta dos eventos de política econômica como elevação da taxa de juros e redução na disponibilidade de crédito, o que foi dificultando as vendas e portanto reduzindo emprego no setor”.

O índice de desemprego no ABC em dezembro de 2014 ficou em 10,9%, enquanto no mesmo mês de 2013 chegou a 8,8%.

Tendência
Na avaliação da Fundação Seade, pelo menos no curto prazo existe a possibilidade de o nível de emprego no ABC cair ainda mais. Na avaliação de Alexandre Loloian, o tradicional aumento do desemprego observado em cada início do ano pode ser maior devido às incertezas econômicas.

“Certamente teremos alguma diminuição no nível de atividade neste início do ano. Agora, é muito difícil dizer se isso perdura só no primeiro trimestre ou semestre. Temos muitas variáveis que ainda não estão colocadas precisamente, como taxas de juros, política salarial e medidas que estão sendo anunciadas, se vão permanecer com o rigor que foram anunciadas”, afirma o coordenador técnico da Fundação Seade.

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