Para neutralizar protestos, ABC concede gratuidade para alunos

A estratégia adotada pelos prefeitos do ABC foi anunciar, junto com o aumento, gratuidade para estudantes que hoje pagam metade da passagem.

Os marcantes protestos de junho de 2013 viraram uma sombra para os gestores públicos em 2015, ano em que voltou a ser discutido o aumento das tarifas do transporte público. A dúvida que pairava em prefeitos era se o reajuste nas passagens teria a capacidade de desencadear manifestações gigantescas como as registradas no ano retrasado.

A estratégia adotada pelos prefeitos do ABC, da Capital e pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB), foi anunciar, junto com o aumento, gratuidade para estudantes que hoje pagam metade da passagem. A medida beneficia justamente o público jovem que liderou as manifestações, o que não impediu que novos protestos fossem realizados em diversos municípios neste ano.

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Os atos de 2015, no entanto, não ganharam força suficiente a ponto de pressionar os gestores a revogar o aumento da passagem. As tarifas, que aumentaram em 6 de janeiro, devem continuar em R$ 3,50 para ônibus municipais, trens e metrô. O valor anterior era de R$ 3. A passagem do trólebus do corredor ABD passou de R$ 3,20 para inacreditáveis R$ 3,70 e também não vai ser reduzida.

A série de protestos contra o aumento da tarifa de ônibus no ABC teve início em Mauá, no dia 7 de janeiro. Outras cidades da região também receberam atos posteriormente: Santo André, São Bernardo, São Caetano, Diadema e Ribeirão Pires.

Ano letivo – Em um primeiro momento, o anúncio do passe livre para estudantes provocou dúvida quanto ao início de vigor do benefício. Em tese, a gratuidade deveria começar a valer no primeiro dia do ano letivo. O problema é que o passe livre precisaria ser aprovado por cada um dos legislativos do ABC, que voltam ao trabalho depois do começou das aulas. A dúvida foi sanada dias depois, quando as prefeituras da região garantiram que o benefício estará disponível desde o primeiro dia de aula. Os alunos deverão realizar o mesmo procedimento que era adotado para obtenção da meia-passagem, se dirigindo ao local de cadastro indicado por cada Prefeitura.

“O benefício da gratuidade começa a valer no dia 2 de fevereiro e vamos atender aos cerca de 10 mil alunos cadastros na AESA (Associação das Empresas do Sistema de Transporte de Santo André)”, explicou o prefeito de Santo André, Carlos Grana, lembrando que o hoje esse benefício já é estendido para outras classes, como a dos militares e para maiores de 60 anos.

Em Santo André, terão direito ao benefício os alunos regularmente matriculados em curso de ensino básico, fundamental e médio – regular e supletivo – e curso superior, de instituição pública ou particular desde que reconhecidos ou equiparados e autorizados. Também estão incluídos os alunos matriculados em cursos profissionalizantes de nível técnico.

Em Mauá, o cadastro acontece na Loja do Cartão SIM (Sistema Integrado de Mauá), no terminal rodoviário. A Prefeitura anunciou que durante as primeiras semanas de cadastro, para atender à demanda, a Loja do SIM funcionará em horário estendido, entre 8h e 20h, de segunda a sexta-feira.

Vale lembrar que a entrega dos documentos deve ser feita pessoalmente pelo beneficiário; na ocasião, será providenciada a fotografia digitalizada, captura da biometria digital e outras comprovações que se fizerem necessárias.

Professores têm desconto

Os professores das redes de ensino estadual, municipal e particular terão a concessão de desconto de 50% na aquisição do passe escolar, desde que não recebam vale transporte. O benefício será concedido a alunos e professores que residam a mais de dois quilômetros do estabelecimento de ensino. A cota mensal concedida será na quantidade exata de dias letivos comprovados pela instituição de ensino.

O passe livre também foi adotado nos serviços de transporte administrados pelo governo do Estado: metrô, trens da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) e ônibus intermunicipais gereanciados pela EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos). A gratuidade terá limite de 50 viagens por mês. Nos ônibus da Capital, o benefício será válido para alunos de escolas públicas e para universitários que participam de programas de Educação como o Prouni, Fies e cotistas.

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