Carnaval de rua em São Bernardo será no Estância Alto da Serra

Pela primeira vez o desfile acontece no Estância Alto da Serra e não na avenida Aldino Pinotti, onde a festa tem sido realizada.

Homenagem a escolas de samba, espiritualidade, diferenças religiosas, beijo, história do circo, comunicação e a natureza pautam o samba enredo das agremiações durante o Carnaval na região, que acontece daqui a três semanas. Nos barracões, o clima é de correria entre as equipes de voluntários para terminar os trabalhos. Em São Bernardo, pela primeira vez o desfile acontece no Estância Alto da Serra e não na avenida Aldino Pinotti, onde a festa tem sido realizada. O desfile será num único dia, 15 de fevereiro, a partir das 18h.

José Laelson de Oliveira, o Leo, e presidente da Super Liga de São Bernardo, explica que falta local para o desfile das 10 escolas. “Nós não temos espaço, por isso, a nossa grande aposta agora é o local”, explica. A expectativa do presidente da Super Liga é que o Estância, que normalmente sedia shows musicais, faça a diferença. “Esperamos que lá se torne o melhor Carnaval da região”, afirma o dirigente da Liga de São Bernardo, que escolhe a corte dia 30, no Teatro Elis Regina.

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Benedito da Silva Lemes, o Ditinho, presidente da Renascente, terceira colocada ano passado em São Bernardo, não ficou surpreso com a mudança de endereço do desfile. “A Aldino Pinoti vem atraindo a elite e a cultura popular é sempre vista como segundo plano”, diz. Segundo o carnavalesco, é cedo avaliar se a festa no Estância será positiva para as escolas. Para Ditinho, a cultura do município precisa ser inserida também nas discussões. “Tudo na cultura vem a reboque”, reclama o presidente da Renascente, que vai desfilar com 400 componentes sobre a questão racial.

Nova Era

Em Mauá, que volta com Carnaval de rua após seis anos, terá 11 agremiações na festa, dias 14 e 15 de fevereiro. A expectativa é grande entre as escolas, como Acadêmicos Nova Era, que vai homenagear as principais escolas de samba que existiram na cidade. O tema será Carnaval Doce Ilusão, A Gente Se Vê Por Aqui, composto por Peroba, Cido Dj, Sergião e Lango.

Fábio da Silva Garcia, vice-presidente da escola, fundada em 1997, conta que tem ainda muita coisa pra fazer, mas está tudo encaminhado. Para auxiliar nos preparativos, 15 voluntários ajudam na composição das 10 alas, que contarão a história dos enredos das escolas da cidade. Entre os voluntários está a mãe de Garcia, Josefa Cardozo da Silva, que abriu a residência para os preparativos da escola. “Como a gente não tem espaço, a minha casa virou o próprio barracão, com fantasias para todos os lados”, brinca ao acrescentar que é muito trabalho. “Mas não vejo a hora de desfilar”, diz a diretora da escola, a última a se apresentar no domingo (15).

Orixás

Em Santo André, seis escolas do grupo B desfilam no sábado (14) e sete escolas do grupo A no domingo (15), na avenida Firestone. De volta ao grupo 1, a escola de samba Palmares vai homenagear os orixás e exaltar a espiritualidade e as diferenças religiosas, com o tema Tem Xire (festa) no terreiro da Palmares, axé a coroa de Oxalá. “É uma reedição do Carnaval de 1991”, explica Adilson Gonzaga Alves, presidente e filho do fundador da escola, que conta com o trabalho de 25 voluntários nos preparativos de 10 alas, com 400 foliões.

Um dos destaques da Palmares é a vereadora Bete Siraque, que vai desfilar vestida de Oxumaré, a orixá da natureza. “Esperamos que os jurados sejam justos na hora de dar a nota, já que nós somos a primeira escola a desfilar, e não segurem as notas, que nos pontuem de acordo com o momento”, completa o presidente, que reclama da verba repassada pela Prefeitura. “Somos artistas e fazer Carnaval com a subvenção que é dada para as escolas não é suficiente para fazer um desfile competitivo”, explica Adilson.

(Colaborou Erika Daykem)
 

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