Sindicato vai à Justiça contra mudança de convênio médico

O sindicato realizou nesta quinta-feira (15) assembleia no Paço Municipal para discutir o assunto. (Foto: Évora Meira)

O Sindserv (Sindicato dos Servidores de Santo André) vai tentar suspender na Justiça a licitação que promoverá mudanças no atendimento de saúde dos funcionários públicos municipais. O convênio médico, que hoje é disponibilizado pelo Instituto de Previdência de Santo André (IPSA), passará às mãos de uma operadora privada de saúde.

A mudança promovida pela gestão Carlos Grana (PT) desagradou os servidores, que preveem piora no atendimento. O temor do Sindserv é que o acesso a procedimentos mais complexos como cirurgias, exames e especialidades fique mais difícil.

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“Não queremos de forma nenhuma que mude o modelo que está. Por mais que tenha problemas, é o melhor modelo. Nosso departamento jurídico está fazendo a leitura do edital e acreditamos que no começo da semana que vem a ação esteja no Fórum”, afirma o diretor do Sindserv, Guilherme Pavan.

O sindicato realizou nesta quinta-feira (15) assembleia no Paço Municipal para discutir o assunto. Os cerca de 100 trabalhadores que participaram do ato se concentraram depois em frente ao IPSA. A expectativa do Sindserv é que um número maior de servidores esteja presente para acompanhar a abertura dos envelopes da licitação, marcada para a próxima segunda-feira (19).

“A qualidade do atendimento à saúde vem caindo nos últimos anos. Mas o que está ruim hoje vai piorar ainda mais se a licitação for adiante”, defende o diretor do Sindserv Santo André, Josafá Lopes. “É uma afronta por parte da administração, estamos indignados”, reclama o representante legal do sindicato, Jaime de Oliveira Batista.

Prefeitura defende medida

A decisão da administração Carlos Grana tem principalmente motivação financeira. Os custos para manter o atendimento de saúde dos servidores fizeram com que o IPSA registrasse seguidos déficits.

A terceirização do convênio médico vai atingir cerca de 26 mil vidas, entre servidores (ativos e aposentados) e seus dependentes.

“Hoje o serviço de saúde é feito com contratos e credenciamentos terceirizados com diversas clínicas e hospitais privados e é deficitário há mais de cinco anos, além de ser restrito a algumas cidades, com número pequeno de hospitais e clínicas”, justifica a Prefeitura, em nota.

A administração defende que a “licitação permitirá fazer um contrato só de todo o serviço de saúde, acompanhado e integrado ao próprio Instituto [de Previdência] ampliando o atendimento na região do ABC, grande São Paulo e baixada santista”.

O RD questionou a administração sobre as críticas feitas pelo Sindserv a respeito das alterações no plano de saúde. A Prefeitura garantiu que as mudanças serão benéficas para a categoria.

“O novo modelo proposto tem 6 pontos importantes: será melhor e terá mais benefícios que o sistema atual, não haverá mais a cobrança adicional do Fator Moderador que é cobrado normalmente em cada atendimento, triplicação dos hospitais de atendimento e clínicas dentro das normas a Agência Nacional de Saúde, maior abrangência territorial de atendimento, não aumento de qualquer contribuição dos servidores, aposentados e pensionistas e ampliação do ambulatório vinculado ao IPSA para 24h e garantia da continuidade de todos os tratamentos que estão ocorrendo hoje”, diz a nota.

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