Sindicato avalia que crise não atingiu setor de autopeças

“Em Santo André e Mauá ainda não tivemos demissões em consequência da crise na nossa base. Um exemplo é a Maxwell de Santo André, que fabrica rodas, e vai contratar 30 funcionários nesta semana”, afirma o presidente da entidade, José Braz Fofão.

Inserida em uma crise que se arrasta há meses, a indústria automobilística da região acendeu novo alerta nesta terça-feira (6) com a demissão de 800 funcionários da Volkswagen. A montadora alemã sinalizou que novos desligamentos devem ocorrer se o cenário econômico não melhorar. Além disso, a Mercedes-Benz demitiu mais de 200 funcionários.

No entanto, na avaliação do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá, a crise ainda não atingiu na mesma proporção as fabricantes de autopeças do ABC. A conclusão é que apesar da queda na venda de veículos registrada nos últimos meses, o setor até agora está em situação relativamente tranquila.

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A entidade acredita que, apesar de a crise nas montadoras ser preocupante para as empresas de autopeças, o setor não depende exclusivamente do desempenho da venda de automóveis, por isso está menos exposto à queda de produção de veículos.

“Em Santo André e Mauá ainda não tivemos demissões em consequência da crise na nossa base. Um exemplo é a Maxwell de Santo André, que fabrica rodas, e vai contratar 30 funcionários nesta semana”, afirma o presidente da entidade, José Braz Fofão. “Temos empresas como a Magneti-Marelli, a TRW, que não depende só do mercado interno, fabricam também para o mercado externo. Mas é claro que o cenário nos preocupa”.

A mais recente PED (Pesquisa de Emprego e Desemprego) divulgada pelo Consórcio Intermunicipal em dezembro do ano passado, revelou que Indústria de Transformação eliminou 3 mil postos de trabalho em novembro, enquanto o setor de Comércio e Reparação de Veículos Automotores e Motocicletas (que inclui autopeças) gerou 3 mil empregos.

Problemas
Mas nem tudo são flores. A Karman Guia, por exemplo, causou dor de cabeça no final do ano passado por ter atrasado o pagamento do 13º salário. A empresa enfrente dificuldades financeiras há mais de um ano.

“Tem empresas que quebraram na nossa base, mas não foi por causa da crise. Foi falta de boa administração, empresas que não investiram no trabalhador, que só pensa em produtividade e não em qualidade. E tem duas ou três empresas em Mauá que forneciam somente para o Fiat Uno e a Kombi [que saíram de linha], que praticamente fecharam em 2014”, afirma o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá, José Braz Fofão.

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