Exterior e Petrobras garantem alta da Bovespa em outubro

A Bovespa fechou nesta sexta-feira, 31, com fortes ganhos, influenciada por fatores internos e externos. O aumento dos estímulos econômicos anunciado pelo Banco do Japão (BOJ, o banco central japonês) pela manhã serviu de estímulo para a busca de ações ao redor do mundo, inclusive no Brasil. Só que o movimento por aqui foi mais intenso, em parte por conta das especulações em torno da possibilidade de a Petrobras reajustar os preços dos combustíveis. Além disso, os dados fiscais ruins divulgados pelo Tesouro e pelo Banco Central pela manhã, que tinham tudo para pesar sobre as ações, exerceram influência contrária. Investidores disseram que o cenário fiscal brasileiro está tão ruim que, desta vez, o governo será obrigado a tomar medidas que, no futuro, podem favorecer as empresas.

O Ibovespa fechou na máxima de 54.628,60 pontos, em alta de 4,38%. Na mínima da sessão, mostrou estabilidade, aos 52.335 pontos. O giro financeiro somou R$ 8,308 bilhões, em dados preliminares. Na semana, a bolsa brasileira subiu 5,18% e, no mês, acumulou alta de 0,95%.

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O resultado fiscal do País era o principal dado doméstico a ser conhecido hoje. E ele decepcionou, ao trazer o maior déficit primário da série histórica, de R$ 25,491 bilhões em setembro, pelos números do Banco Central. O número, segundo especialistas, reforça a necessidade de uma ação firme do governo para corrigir a rota da condução da economia. Prevendo uma ação nesse sentido, o mercado acabou vendo com bons olhos o indicador.

Essa boa vontade do mercado acontece, em boa medida, pela decisão do Banco Central de elevar a taxa Selic para 11,25% ao ano, na última quarta-feira. Além disso, saiu na imprensa que o governo deve elevar á alíquota da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), zerada há dois anos.

No exterior, o BoJ surpreendeu o mercado ao anunciar novas medidas de estímulos à economia, reforçando suas compras de ativos pela primeira vez em um ano e meio, em um cenário em que a meta de inflação, de 2% ao ano, parece cada vez mais insustentável. Entre as medidas, está o aumento do seu volume anual de compras de ativos, para 80 trilhões de ienes, acima dos 60 trilhões de ienes anteriores. A base monetária também será ampliada, para 80 trilhões de ienes, com projeção de chegar ao patamar de 275 trilhões de ienes no fim do ano.

As notícias do BoJ e a perspectiva de uma melhora do governo na gestão fiscal já impulsionavam a Bovespa, mas os ganhos foram intensificados à tarde. Tudo porque operadores começaram a especular em cima da perspectiva de que os combustíveis serão reajustados. Na reunião de hoje do conselho de administração da Petrobras, nenhuma decisão foi tomada. Fonte ouvida pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, afirmou que a decisão ficou para a próxima terça-feira, quando ocorre nova reunião do conselho. Petrobras ON teve ganho de 6,31% e Petrobras PN avançou 6,70%.

Já o setor de telefonia subiu impulsionado pela notícia de que as negociações para venda dos ativos portugueses da Oi avançaram e devem ser concluídas na próxima semana. Ao bater o martelo nessa transação, a tele brasileira abre espaço para formalizar uma proposta para a compra da TIM, juntamente com Vivo e Claro, até o fim de novembro. Oi PN teve alta de 13,04% e TIM ON avançou 15,33%.

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