Boa parte do 13º salário será para quitar dívidas

“Só sabe quanto pode gastar, quem sabe exatamente quanto entra e quanto sai do bolso mensalmente”, aponta especialista.

Fim de ano é tempo de ganhos e gastos extras. A euforia das comemorações, o desejo de presentear parentes e amigos e o sonho de viajar podem ser comprometidos quando falta planejamento financeiro para essas despesas e para aquelas que chegam junto com o ano novo – IPVA, IPTU, matrícula e material escolar, entre outras.

Segundo Emanuel Teixeira, diretor titular do Ciesp Santo André, o governo não deu estabilidade para que os empresários pudessem alcançar as cifras desejadas. “Sem incentivo à indústria não é possível melhorar as questões sociais. É preciso criar empregos”, ressalta.

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Para ele, boa parte das empresas está endividada, em diversas áreas. Teixeira destaca o setor automotivo, normalmente forte na região, que demonstra maiores problemas. Outro fator que coloca a situação econômica em cheque é o endividamento dos trabalhadores. Para Teixeira, boa parte do 13º servirá apenas para quitar dívidas.

Donizete Duarte da Silva, diretor titular do Ciesp Diadema, não vê a situação tão negativa. “O consumo pode até não crescer, mas as pessoas irão comprar presentes”, opina. Para ele, a política atual é a grande culpada pela situação econômica das indústrias. “Faltou estratégia. Ações momentâneas como a redução do IPI não têm efeito a longo prazo”, explica. Para Silva, o sistema brasileiro não é preparado para a exportação. “Nosso produto não é competitivo. O Brasil trabalha com tecnologia de baixo nível e não consegue exportar. Sem falar na mão de obra cara e desqualificada”, argumenta.

Planejamento é a solução para não ficar endividado

Com dinheiro extra em caixa, devido o 13º salário, a euforia das compras deve ser contida. Esse é o período ideal para promover uma “faxina” financeira no orçamento, com o objetivo de diagnosticar a atual situação das contas e decidir o que fazer com o décimo terceiro salário. É o que afirma o educador financeiro Reinaldo Domingos. “O ideal é que esse benefício chegasse como um bônus para realização de satisfações pessoais, como um presente. No entanto, muita gente o aguarda para cobrir o desequilíbrio financeiro”, explica.

Pagar o especialista, o endividamento é um problema que tem de ser resolvido com o próprio salário. “É preciso reduzir os gastos”, aponta. Domingos aponta que planejamento é a chave para não se endividar. “Só sabe quanto pode gastar, sem ficar no vermelho, quem sabe exatamente quanto entra e quanto sai do bolso mensalmente”, argumenta.

Para Domingos, o ideal é não se endividar com compras e viagens de final de ano. “Pesquisar os melhores preços de presentes e itens da ceia e das festas, e estipular um valor máximo a gastar com cada item, além de pedir desconto são essenciais”.

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