Dilma amplia vantagem na reta final

Dilma Rousseff quer recuperar a baixa votação em cinco municípios do ABC. Foto: Évora Meira

Depois de amargar uma votação abaixo do esperado no primeiro turno e ver o adversário Aécio Neves (PSDB) aparecer à sua frente nas pesquisas no início do segundo turno, a presidente Dilma Rousseff (PT) chega à eleição do próximo domingo (26) com pinta de favorita para ganhar a eleição.

Pesquisas Datafolha e Ibope divulgadas nesta quinta-feira (23) não deixam dúvidas quanto à trajetória de ascensão da petista e queda do tucano. De acordo com o Ibope, a diferença entre os dois candidatos é de oito pontos (49% a 41% dos votos totais e 54% a 46% dos votos válidos). O Datafolha indicou diferença de seis pontos (53% a 47% dos votos válidos).

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Durante esta última semana de campanha, PT e PSDB intensificaram a busca por votos na região. Do lado tucano, a tentativa é manter ou ampliar o desempenho positivo de Aécio que ganhou em quatro cidades. Os petistas tentam se recuperar da baixa votação, já que Dilma ganhou apenas em Diadema e Rio Grande da Serra.

O que vale é a urna
Nos bastidores tucanos a avaliação é realista: lideranças reconhecem que a situação não é favorável para Aécio. Em público, no entanto, a ordem é manter o discurso otimista, tendo como inspiração o desempenho do ex-governador de Minas Gerais no primeiro turno, quando contrariou as pesquisas e terminou com seis pontos a mais do que mostravam os levantamentos.

“O que é certo é que vamos ter uma disputa muito apertada nesse segundo turno. A enxurrada de falsidades, de calúnias e ofensas pessoais dá ideia de quanto nosso adversário está desesperado”, afirmou o candidato a vice-presidente pelo PSDB, Aloysio Nunes Ferreira, que visitou Mauá na última quarta-feira (22).

O suplente do senador eleito Jose Serra (PSDB, José Aníbal (PSDB) também esteve no ABC. “Você não briga com pesquisa, você procura entender e avaliar como pode trabalhar com ela. Intensificamos muito a campanha para dizer o que o Aécio vai fazer caso seja eleito”, diz.

Balanço
Ao contrário do que aconteceu no primeiro turno, os candidatos à Presidência não participaram de atos no ABC no segundo turno. A culpa foi da agenda apertada, abarrotada de gravações para programas de TV e de debates em série.

O governador Geraldo Alckmin visitou São Bernardo para pedir votos para Aécio, no Jardim Silvina. Lideranças do PSDB realizaram ato em Mauá e agendaram outro grande ato para Ribeirão Pires, no próximo sábado, na praça Central.

Em Santo André, vereadores de oposição percorreram avenidas em um caminhão de som nesta semana pedindo votos para Aécio.

Em São Bernardo o PT intensificou o trabalho “casa a casa” para convencer moradores a votar em Dilma. O ex-candidato a governador de São Paulo, Alexandre Padilha passou a integrar a coordenação de campanha e visitou a região na semana derradeira da disputa.

O senador Eduardo Suplicy (PT) esteve em Diadema. Em Santo André, o prefeito Carlos Grana está licenciado para fazer campanha.

Vice de Aécio diz que prefeitos do PT fazem chantagem

Candidato a vice-presidente na chapa de Aécio Neves (PSDB), o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB) esteve em Mauá no fim da tarde desta quarta-feira (22), em ato realizado na praça 22 de novembro.

O tucano rebateu o discurso de prefeitos petistas da região que veem na possível eleição de Aécio Neves uma ameaça a repasses federais para o ABC.

A tônica do discurso dos três mandatários do PT na região (Carlos Grana, Luiz Marinho e Donisete Braga) é que somente a vitória de Dilma Rousseff garantiria a continuidade de investimentos federais para as sete cidades.

A campanha petista em Santo André, por exemplo, tem batido na tecla que está sob ameaça R$ 1 bilhão que o governo federal teria se comprometido a investir no município.

“É mentira. Acho deprimente que um prefeito use esse tipo de argumento para chantagear os seus munícipes. Ganhamos no primeiro turno no ABC, que é berço do PT, o que mostra que esse tipo de chantagem não pega mais”, afirma o senador. “Pelo contrário, Aécio eleito nós vamos ter uma relação republicana com todos os prefeitos, independentemente de partidos”.

Aloysio considera natural que os votos do ABC para Marina Silva (PSB) – 404.500 no total -, migrem naturalmente para Aécio Neves. Foi justamente em Mauá, onde a ex-senadora teve o melhor desempenho na região: foi a mais votada, com 79.007 sufrágios.

“É natural. Os votos da Marina Silva são votos de quem não quer mais o governo Dilma Rousseff. E Aécio Neves se consolidou como líder desse movimento de mudança. Estamos muito otimistas”, garante o tucano Aloysio Nunes Ferreira.

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