Aposentados e funcionários ocupam sede da Petrobras

Um grupo de manifestantes formado por aposentados e funcionários da Petrobras ocupa a sede da empresa, no Rio, desde a manhã desta terça-feira, 30. Com cartazes e gritos por melhorias salariais, o grupo promete não sair do local até ser recebido pela presidente da companhia, Graça Foster. De acordo com o Sindicato de Petroleiros do Rio, 150 pessoas estão reunidas no saguão e se preparam para pernoitar no local.

Os manifestantes chegaram a tentar entrar nos elevadores do edifício, mas foram barrados pelos seguranças da estatal. “Já encaminhamos nossas questões ao RH da companhia, que neste momento está levando a proposta à presidente. Estamos aguardando. Se não tiver uma posição, vamos permanecer. Estamos providenciando quentinhas e colchões para pernoitar”, afirmou o diretor do sindicato, Emanuel Cancella.

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De acordo com o sindicalista, os aposentados reivindicam a anistia de uma dívida com a Petrobras de 2013. Segundo ele, em fevereiro daquele ano a companhia pagou em duplicata os benefícios dos aposentados e agora exige a devolução do valor em 12 parcelas. Os beneficiários, entretanto, alegam não ter condições de arcar com o erro que partiu da própria estatal.

Cancella afirmou que os manifestantes rejeitaram negociar com o representante do RH Corporativo, o gerente executivo Antônio Sergio Oliveira Santana. Segundo ele, já houve reunião anterior com o representante, na última semana, sem sucesso.

Além da pendência, os aposentados e pensionistas rejeitam as propostas de acordo coletivo negociadas pela empresa e sindicatos. A categoria está em período de negociações e a mais recente proposta da Petrobras está em votação nas assembleias de todo o País.

A categoria está dividida, mas a tendência dos funcionários ativos é aceitar a proposta, que prevê reajustes de reajuste de 6,51% no salário básico e de 9,71% da tabela de remuneração mínima de nível e regime (RMNR). Já os pensionistas avaliam que a proposta não os contempla. Para os aposentados, a proposta inclui a recomposição dos benefícios em níveis de 2006 a 2009, o que representaria, segundo a Federação Única dos Petroleiros (FUP), um aumento superior a 12%.

“Estamos realizando assembleias em todo o Estado. A avaliação é que a proposta beneficia os ativos, mas não os aposentados. Estamos aqui para pressionar a diretoria contra essa proposta de acordo coletivo”, completou Cancella.

A maior parte dos manifestantes que ocupa a companhia neste momento é de integrantes de sindicatos e federações ligadas à Força Sindical. A entidade, que congrega diversas instâncias sindicais, tem se posicionado contra a aprovação dos reajustes. No plano federal, a Força faz oposição ao governo Dilma Rousseff (PT) e é aliada do candidato à Presidência Aécio Neves (PSDB).

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