Moradores do Espaço Cerâmica sofrem com a falta de telefonia

Benedito Jesus é um dos moradores insatisfeitos. (Foto: Évora Meira)

Quatrocentos moradores do Espaço Cerâmica, em São Caetano, sofrem com impasse entre empresas de telefonia e a Prefeitura. Com isso, não podem instalar telefone fixo, internet ou TV a cabo. Segundo os moradores, o lado de fora dos prédios não tem cabeamento para as empresas instalarem o serviço. Tudo porque a construtora Sobloco, responsável pelas primeiras obras no espaço, fez tubulações ainda quando o Espaço Cerâmica foi projetado, porém não conseguiu comercializar as tubulações e entregou para a Pefeitura administrar o serviço. Hoje, a Prefeitura cobra cerca de R$ 290 o metro linear das tubulações para as empresas de telefonia usarem o local. Ao todo, o custo sairia cerca de R$ 700 mil para cada empresa. Net e Vivo foram contatadas pelos moradores, mas segundo eles nenhuma delas quis arcar com o custo.

“Isso é um absurdo. Moro aqui desde março e não tenho um telefone fixo em casa. Quando falo para meus amigos eles pensam que moro no mato”, diz indignado o aposentado de 60 anos, Benedito Jesus. O aposentado não entende o motivo de a Prefeitura cobrar valor tão elevado por algo que recebeu de graça. “Mais 500 moradores vão ocupar outros prédios que estão em construção. Não sei o que eles vão fazer sem telefone fixo, internet e TV a cabo. Além dos moradores, várias salas comerciais logo seram ocupadas no bairro”, afirma Jesus.

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O engenheiro Júlio César Muraru, 62 anos e subsíndico de um dos prédios do Espaço Cerâmica, está indignado com a situação. “O morador é o único prejudicado nessa história. Será que vamos ter de ir na frente da casa do prefeito [Paulo Pinheiro]? Será que teremos de ir na porta do secretário? Não é possível que vai ter que chegar nesse ponto”, reclama. “Um absurdo, pois o ParkShopping São Caetano, um dos empreendimentos do bairro, funciona com cabos provisórios, sem condições de ter algo fixo. Chamam isso aqui de polo tecnológico, mas não são capazes nem de oferecer infraestrutura para ter um telefone. O grande mal é a miopia total da Prefeitura”, critica.

A construtora Sobloco, em comunicado, informa que foi a responsável por toda a infraestrutura subterrânea para recepção de cabeamento no Espaço Cerâmica e que hoje toda responsabilidade da tubulação é da Prefeitura de São Caetano.

Em nota, a Prefeitura informa que “qualquer operadora de telefonia tem permissão para construir nas ruas do município suas próprias redes de infraestrutura (tubulações, caixas de passagem etc.) para atender a demanda de seus serviços, sem custos adicionais por parte da municipalidade. No caso do Espaço Cerâmica, a construção deve ser realizada pelo método não destrutivo, para preservar a integridade das ruas e acessórios públicos da área”. A Prefeitura informa, ainda, que caso as empresas queiram usar a infraestrutura da cidade, que já está montada, deverá sim arcar com os custos. Além disso, informa que a Associação dos Amigos do Espaço Cerâmica estava por dentro do assunto.

A Net informa que está em negociação com os órgãos responsáveis e não tem previsão de quando será feito o cabeamento. A empresa Vivo não respondeu à reportagem.

Desenhado em 2009 para ser um dos maiores bairros planejados do País, o Espaço Cerâmica nasceu com a proposta de oferecer no mesmo local moradia, trabalho e lazer para os seus habitantes, com qualidade de vida, bem-estar, conforto e segurança. O pontapé do bairro foi dado em 2011, com a inauguração do centro de compras ParkShopping São Caetano, seguido por conjuntos de apartamentos. Está previsto aindo um complexo multiuso, formado por hotéis, centros de convenções, salas de escritórios, restaurantes e cafés

(Colaborou Luan Siqueira)

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