Microempresas do ABC aumentam faturamento

Desempenho das pequenas empresas na região superou o Estado. Foto: Marcos Santos/Usp Imagens

Após quatro meses consecutivos de queda, o faturamento das pequenas empresas do ABC cresceu. É o que revela levantamento feito pela Fundação Seade e pelo Sebrae, divulgado nesta quinta-feira (11). O lucro dos micro empreendimentos do ABC aumentou 8,2% em julho em relação ao mesmo período do ano passado.

O desempenho positivo vai na contramão do que foi registrado em outras regiões do Estado. No Interior houve queda de 8,3% no faturamento, enquanto na região metropolitana a queda foi de 0,8%. Na Capital paulista o desempenho das pequenas empresas ficou estável em julho.

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Apesar do desempenho positivo do ABC, o Sebrae alerta que é muito cedo para comemorar. “É preciso salientar que julho de 2013 não foi um mês tão bom para as MPEs do ABC, por isso ainda é precipitado dizer que se trata do início de uma recuperação da região”, explica o coordenador de pesquisas do Sebrae, Marcelo Moreira.

Índice geral
O faturamento real (já descontada a inflação) das micro e pequenas empresas (MPEs) paulistas registrou queda de 4,6% em julho em relação ao mesmo mês de 2013. Foi a quinta queda consecutiva do índice na comparação com o mesmo mês do ano anterior.

No acumulado de janeiro a julho, as MPEs apresentaram estabilidade (0% de variação) na receita real ante o mesmo período de 2013. No confronto com junho, o faturamento aumentou 1,3%. Os dados são da pesquisa de conjuntura Indicadores Sebrae-SP.

Em julho, a receita total das MPEs do Estado de São Paulo somou R$ 45,7 bilhões, R$ 2,2 bilhões a menos do que em julho de 2013 e R$ 586,3 milhões a mais do que em junho deste ano.

O fraco desempenho da economia brasileira em 2014 e a piora na confiança dos empresários e dos consumidores tiveram impacto negativo no faturamento das pequenas empresas, principalmente da indústria e do comércio.

Houve queda de 2,8% da receita real das MPEs da indústria em julho ante igual mês de 2013 e recuo de 14,1% nas do comércio, no mesmo período.

Apenas o setor de serviços apresentou resultado positivo, com crescimento de 8,3% no faturamento de julho em relação a um ano antes. Este setor foi beneficiado pelo bom desempenho do segmento de transportes, que havia desacelerado em igual período do ano passado.

Expectativa
A pesquisa detectou também que, em agosto deste ano, a maioria dos donos de MPEs paulistas, isto é 59%, acredita em estabilidade no faturamento de sua empresa nos próximos seis meses. Em agosto de 2013, essa era a expectativa de 56% deles. Outros 27% aguardam melhora, porcentual igual ao de um ano antes, e 6% esperam piora.

Com relação à evolução da economia brasileira, em agosto, 17% dos proprietários de micro e pequenas empresas falaram em melhora, o menor porcentual desde maio de 2005, quando começou a série histórica da pesquisa.

Já 53% disseram em agosto esperar que a situação fique inalterada nos seis meses seguintes, quase o mesmo índice de agosto de 2013, que foi de 52%. A parcela dos que aguardam piora foi de 17% em agosto de 2013 para 22% em agosto deste ano.

“O grande mercado das micro e pequenas empresas é o interno; como este vive um cenário de inflação relativamente elevada, piora nas condições de crédito, redução da confiança do consumidor, que limitam o avanço da economia brasileira, o desempenho dos negócios de pequeno porte acaba prejudicado”, diz o diretor técnico do Sebrae-SP, Ivan Hussni.

Pesquisa
A pesquisa Indicadores Sebrae-SP é realizada mensalmente. São entrevistados 2.716 proprietários de MPEs do Estado de São Paulo por mês. No levantamento, as MPEs são definidas como empresas de comércio e serviços com até 49 empregados e empresas da indústria de transformação com até 99 empregados, com faturamento bruto anual até R$ 3,6 milhões. Os dados reais apresentados foram deflacionados pelo INPC-IBGE.

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