Moradores do Parque Chácara Baronesa recebem ordem de despejo

“Não sabíamos de nada, apenas recebemos essas carta dizendo que temos 30 dias para sair daqui”, afirma o morador e mecânico Anderson M. Vasques. Foto: Évora Meira

O Governo do Estado de São Paulo, que cuida do parque Chácara Baronesa, em Santo André, enviou ordem judicial às famílias, com despejo para o fim de agosto. O Parque foi inaugurado este ano, mas nas suas redondezas já residiam algumas famílias, que continuam no local.

Segundo moradores da área, ninguém foi ao local conversar com as famílias sobre a despejo. “Não sabíamos de nada, apenas recebemos essas carta dizendo que temos 30 dias para sair daqui”, afirma o morador e mecânico Anderson M. Vasques.

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Anderson mora no local há mais de sete anos, inclusive antes da instalação do parque. “Estão falando que estamos inibindo a entrada das pessoas no parque, mas não estamos fazendo nada, nossa casa é parte do parque”, explica. Acrescenta que as famílias não tiveram oportunidade nenhuma de se defender. “Simplesmente querem nos tirar daqui. Mas e o que eu faço com a minha família? São oito pessoas aqui em casa, vamos pra rua?”, se indigna o mecânico. Além da família de Anderson, outras cinco famílias estão na mesma situação. Sem saber o que fazer. Sem ter para onde ir.

Em nota, a Secretaria do Meio Ambiente afirma que no caso específico dessas seis famílias, elas sempre ocuparam a área irregularmente, assim como também ocupam de maneira irregular os imóveis tombados pelo Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico Arqueológico, Artístico e Turístico). E algumas dessas famílias ainda utilizam os imóveis para a prática de atividades comerciais, como oficina mecânica e cocheira para animais.

Segundo a Secretaria, não houve nenhuma ameaça às famílias. Apenas receberam notificação para desocupar a área que nunca lhes pertenceu. Assim que desocupada, essa área, junto com os imóveis tombados pelo Condephaat, deverão ser restaurados de acordo com projeto aprovado junto ao órgão, devolvendo a eles sua originalidade e, permitindo com isso, que a população que frequenta o parque possa usufruir integralmente da área já entregue revitalizada com equipamentos de lazer em fevereiro desse ano à comunidade. Segundo a Secretaria, a assistência será discutida na reintegração de posse propriamente dita, de acordo com a decisão do juiz.
 

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