ABC quer aumentar rede de atendimento a mulheres vítimas de violência

Entre os serviços oferecidos, o ônibus conta com psicólogas, assistentes sociais, advogadas e educadoras sócias.

Com o objetivo de universalizar o atendimento às mulheres que sofrem com a violência na região, o Ônibus da Mulher, que faz parte do projeto “Mulher, viver sem violência”, circulará nas sete cidades do ABC de 16 a 30 de agosto. Apesar de ficar apenas 15 dias na região, a coordenadora do GT (Grupo de Trabalho) Gênero, que atende as demandas relacionadas às mulheres, Cristina Pechtoll, afirma que o ônibus é um catalisador de atendimento.

“Após o período do ônibus, as mulheres que buscarem pelo atendimento serão encaminhadas para os serviços já existentes nos municípios”, afirma Pechtoll. Ela acrescenta que as sete cidades estudam ampliar a malha de atendimentos relacionados à violência contra a mulher, para conseguir receber a demanda, que tem expectativa de aumento, por motivo de chegar à áreas onde existe muita subnotificação.

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“O ônibus é uma unidade móvel de atendimento a mulher em situação de violência, que vem somar às politicas públicas da região. É um outro instrumento para atingir as áreas mais distantes dos centros das cidades, informará as mulheres dos direitos e acolherá a mulher que estiver sofrendo violência”, explica a coordenadora.

O ônibus circulará por todo o estado de SP e ficará 15 dias no ABC. O Estado recebeu dois ônibus do programa, mas um deles está parado porque o governo do estado não conseguiu viabilizar o seu funcionamento. O único que circula é o que estará no ABC nos próximos dias.

Silmara Conchão, Secretária de Políticas Públicas para a Mulher, afirma que o objetivo do ônibus é atingir à todas as mulheres. “Queremos chegar até mesmo nos locais mais afastados do centro. Isso é uma reivindicação antiga do movimento de mulheres, da marcha das margaridas e o governo federal absorveu e fez o projeto se tornar realidade” afirma.

Para Silmara, a presença do ônibus materializa e mostra para todos o que acontece. “Estamos tirando de baixo do tapete um fenômeno silenciado, porque chama a atenção de todos e está levando e impactando a população. A violência contra a mulher não cabe mais no século XXI”, ressalta.

Conchão ainda afirma que os municípios pretendem garantir o acolhimento com o ônibus. “Além disso, também vamos captar as mulheres que buscam ajuda e vamos movê-las para os atendimentos da cidade, para que elas consigam fazer parte da rede de proteção do município”, explica.

O Ônibus da Mulher circulará de 16 a 30 de agosto e já tem calendário definido para as sete cidades do ABC. Entre os serviços oferecidos, o ônibus conta com psicólogas, assistentes sociais, advogadas e educadoras sócias. Na região, estima-se que metade da população seja de mulheres (cerca de 1,3 milhão) e a maioria delas habita áreas de mananciais, periferias e assentamentos precários, regiões de muito marxismo, preconceito e sexismo, consequentemente, maior número de casos de violência.

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