Estiagem derruba preço da batata

Quilo da batata foi o mocinho da cesta básica nesta semana. Foto: Miguel Denser/PSA

O produto que apresentou a maior queda de preço nesta semana foi o quilo da batata, despencando quase 36,36%. O indicador compõe o levantamento da pesquisa semanal da Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André). Segundo Fábio Vezzá de Benedetto, o engenheiro agrônomo da instituição e responsável pela pesquisa, o motivo é a alta demanda de produtos no mercado. “Isto se deu devido à estiagem que condicionou pouca oferta e valores excessivos em abril, quando o tubérculo atingiu valores superiores a R$ 5/kg. Neste momento, entretanto, houve concentração da safra de inverno, cuja colheita já foi iniciada em junho e que deve encerrar em setembro, fazendo com que os preços batessem na casa dos R$ 0,45/kg como forma de atrair os consumidores”, analisa.

Outros alimentos a apresentarem retração de preços foram o leite longa vida, que apresentou redução de 2,58% no valor do litro e preço, em média, ficou em R$ 2,27, além da dúzia de ovos brancos, em 1,37% e custo de R$ 4,54.

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Em compensação, a cebola foi a vilã da semana, com o preço do quilo subindo 20,54%, seguida pelo tomate que alacancou 19,19%, com preços médios de R$ 2,23 e R$ 4,41, respectivamente.

No apanhado total dos alimentos pesquisados pela Craisa a variação de valor foi pequena, apresentando queda de 0,49% e economia de R$ 2,16 para os consumidores. Enquanto no estudo anterior, o conjunto de 34 itens saía por R$ 439,38, em média; neste, é encontrado a R$ 437,32.

“Os preços mundiais em queda para os alimentos principalmente os grãos, oleaginosas e laticínios parece ter influenciado nos preços da cesta básica na região. Isto porque, após atingirem valores médios de R$ 461,01 em abril, são encontrados nesta semana a R$ 437,32, um recuo de 5,14%”, conclui Benedetto.

Estimativa inflação
A estabilidade na cesta básica converge com estimativa dos agentes financeiros. Nesta semana, a pesquisa semanal Focus elaborada pelo Banco Central, reduziu sua projeção para o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) em 2014 de 4,33% para 3,98%. Para o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), houve recuo de 4,40% para 4,05% na passagem do levantamento anterior para o atual. Quatro semanas atrás, o mercado previa para 2014 alta de 5,04% tanto para o IGP-DI quanto para o IGP-M.

Para 2015, a projeção para o IGP-DI baixou de 5,53% para 5,50%. Já a previsão para o IGP-M no próximo ano foi ajustada de 5,61% para 5,60%. A pesquisa também mostrou que a previsão para o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), em 2014, caiu de 5,49% para 5,39%. Há um mês, a expectativa estava em 5,69% para o índice que mede a inflação ao consumidor em São Paulo. Já para 2015, a projeção avançou, passando de 4,97% para 5,08%. Um mês antes a expectativa era de 5,00%.

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