Customização de food trucks aumenta serviço nas oficinas

Muitos pedidos de orçamentos, prazos de entregas estendidos, contratações e aumento no faturamento. Assim tem sido a rotina das empresas que customizam veículos desde que entrou em vigor a lei que autoriza a venda de comida de rua em São Paulo por meio dos chamados food Trucks.

Na Fag Brasil, uma das sócias, Gislene Gonçalves, está reestruturando a empresa para atender a demanda. Ela investiu quase R$ 500 mil este ano em mão-de-obra, ferramentas e na área de pesquisa e desenvolvimento. Na comparação dos seis primeiros meses do ano com o mesmo período de 2013, o faturamento cresceu 50%.

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“Não consigo parar. A cada uma hora tem cliente visitando a empresa”, conta Gislene. A empresária começou a empresa há oito anos para fazer reformas em ambulâncias e em veículos escolares, mas enxergou o potencial desse novo mercado quando fez o primeiro food truck, a temakeria Navan. Na média, a empresa produz dez carros por mês. O prazo de entrega, que era de 30 dias, hoje chega a 60 dias úteis. Os projetos, sem o valor do veículo, custam entre R$ 12 mil e R$ 150 mil.

A situação não é diferente na Bumerangue, dos sócios e irmãos Celso e Evandro Oliveira – eles são responsáveis pelas kombis adaptadas da empresa Rolando Massinha. Antes da lei, o prazo de entrega era de 40 dias. Passou para 90, 120 e agora está em 150 dias. “Cada vez mais o cliente têm exercitado a sua criatividade com formatos diferentes, nos produtos vendidos e nos equipamentos instalados. O prazo de entrega deve-se a esse índice de customização”, explica Celso.

Bob Iser, dono da loja de customização de carros que leva seu nome, também percebeu aumento na procura. De acordo com ele, o que antes era produzido para eventos fechados, como um projeto pontual e muitas vezes bancado por marcas, agora está virando opção de renomados chefs que investem em cozinhas itinerantes. Ele é responsável, por exemplo, pelo projeto do food truck Astor.

“Estamos atendendo restaurantes e chefs famosos que querem levar o seu cardápio para a rua. Temos uma média de quatro projetos em produção por mês”, conta Iser, que acabou de retornar de Nova York, onde foi buscar inspiração. Na loja de customização, Iser já fez uma bicicleta cafeteria por R$ 12 mil e um food truck completo por R$ 190 mil. “Ele tem tudo a ver com o perfil do brasileiro, um povo que gosta de curtir a rua. A ideia é ocupar lugares estratégicos com uma gastronomia acessível. Não vejo como uma competição com bares e restaurantes regulares, eu vejo como uma opção para somar”, diz. 

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