Reservatório que abastece Mauá tem pior nível em uma década

O Alto Tietê vai chegar na segunda quinzena de agosto com 16,4% de capacidade, atingindo um recorde negativo histórico.

A crise hídrica que atinge a região metropolitana não tem como único item de preocupação o sistema Cantareira. A falta de chuvas do último verão também começa a colocar em alerta as cidades que dependem do sistema Alto Tietê, que leva água para parte das residências do ABC.

O Alto Tietê está hoje com 24,8% da capacidade. É o segundo pior indicador entre os sistemas de abastecimento da região metropolitana, perdendo somente para o Cantareira, que está com 19,4% (já considerando o acréscimo do “volume morto”).

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Em 6 de julho do ano passado, o Alto Tietê estava em situação muito mais confortável, com 63,7% de capacidade. Há exatos dez anos, em julho de 2004, o índice era de 38,4% – o que coloca a situação atual como o cenário mais preocupante em uma década.

Mauá e outros sete municípios, entre eles Poá, Suzano, Mogi das Cruzes, Arujá e zona leste da capital, dependem da água desse sistema. São cerca de 4 milhões de pessoas atendidas. O município de Mauá recebe também água do sistema Rio Claro.

No ritmo atual de consumo, em que o nível dos reservatórios cai em média 0,2% por dia, o Alto Tietê vai chegar na segunda quinzena de agosto com 16,4% de capacidade, atingindo um recorde negativo histórico – esse índice só foi alcançado uma vez, em dezembro de 2003.

Cantareira é prioridade

Apesar da situação cada vez mais preocupante do Alto Tietê, os esforços do governo do Estado até agora têm sido de priorizar soluções para a crise no sistema Cantareira, o maior da região metropolitana. O sistema abastece hoje cerca de 6 milhões de pessoas, entre elas os moradores de São Caetano.

Mesmo estando em uma situação longe do confortável, o sistema Alto Tietê tem sido utilizado, junto com o Guarapiranga, para atender 2,1 milhões de moradores que antes dependiam do Cantareira.

Outros reservatórios que levam água para o ABC também entrarão na força-tarefa para salvar o Cantareira, que desde maio já conta com a água do “volume morto”.

“Estamos substituindo o Cantareira pelo Guarapiranga, pelo Alto Tietê, e teremos novas entradas. Meio metro cúbico por segundo do Rio Claro em julho, em setembro mais meio metro cúbico do Rio Grande, e em outubro, mais um metro cúbico do Guarapiranga. Tudo para substituir o Cantareira”, afirma o governador Geraldo Alckmin.

O sistema Rio Claro abastece bairros da zona leste de São Paulo e parte de Mauá, Ribeirão Pires e Santo André. Está hoje com 95,5% da capacidade.

O Rio Grande é um braço da Billings e está com 90,1% da capacidade. Atende cerca de 1,6 milhão de habitantes em Santo André, São Bernardo e Diadema.

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