Cerca de 37% dos partos realizados no Hospital da Mulher, em Santo André, são cesáreas. O dado foi divulgado pela secretaria municipal de Saúde nesta sexta-feira (30). O balanço, referente ao primeiro trimestre deste ano, é considerado positivo, pois representa um aumento dos partos normais em relação a anos anteriores.
Em 2013 as cesáreas representavam 38% dos partos. Em 2012, cerca de 41% dos nascimentos foram deste tipo.
“Nossa meta é chegar em torno de 32%. Estamos fazendo algumas ações para diminuir o número de cesarianas no nosso hospital”, revela o diretor técnico do Hospital da Mulher, Gilberto Palma.
O número de cesáreas feita no Hospital da Mulher é considerado dentro de um limite aceitável, para um equipamento de saúde que atende muitas gestantes de alto risco.
Em maternidades públicas que atendem casos mais simples, a quantidade de cesarianas pode chegar a cerca de 25% do total.
O contraste com a rede privada é gritante. Pesquisa do Ministério da Saúde divulgada na última quinta-feira (29) mostra o índice de cesáreas nos hospitais particulares chega a 88%.
Canguru
O Hospital da Mulher de Santo André inaugurou nesta sexta-feira (30) uma nova enfermaria destinada ao “método canguru”.
O espaço conta com oito leitos, voltados para bebês prematuros. A ideia da iniciativa é que a criança recém-nascida fique o mais próximo possível do corpo da mãe, o que ajuda na recuperação e ganho de peso.
“A puérpera [mulher que acabou de dar a luz] fica cuidando do filho prematuro, quando ele sai da UTI mas não tem condições ainda de ficar em casa ou no berço normal”, explica o diretor técnico do Hospital da Mulher, Gilberto Palma. “Essa criança fica acolhida no peito materno. O contato da pele da mãe e do bebê garante temperatura, bem-estar. Há um contato recíproco”.
Origem
O Método Canguru nasceu na Colômbia em 1979, no Instituto Materno Infantil de Bogotá, com os médicos Dr. Reys Sanabria e Hector Martinez. Inicialmente visava a reduzir os custos da assistência perinatal, mas posteriormente foram descobertos outros benefícios.
Chegou ao Brasil em 1997, no Instituto Materno Infantil de Pernambuco (IMIP). Em 2000 passou a fazer parte da Norma de Atenção Humanizada ao Recém-Nascido de Baixo Peso do Ministério da Saúde.