São Caetano improvisa lixão nas Indústrias Matarazzo

Lixo coletado em São Caetano está sendo jogado em antiga área industrial (Foto: Rodrigo Lima)

A greve dos garis que está em vigor no ABC desde a última segunda-feira (31) criou um problema adicional para as prefeituras da região.

Além de lidar com o lixo espalhado pelas ruas, as administrações municipais precisam lidar com o fechamento do Aterro Lara, em Mauá, que paralisou as atividades desde o início da semana – quase todos os resíduos sólidos produzidos na região vão para o Lara, com exceção de Santo André.

Newsletter RD

Em cada cidade da região, pelo menos metade dos profissionais de limpeza urbana está trabalhando, por força de uma liminar. Portanto, parte do lixo está sendo coletado e precisa ir para algum lugar.

A estratégia adotada por São Caetano foi improvisar uma espécie de “lixão” para depositar os resíduos.

O local escolhido foi a área onde funcionavam as Indústrias Matarazzo. O terreno fica no limite com o município de São Paulo, entre a avenida Guido Aliberti e a avenida dos Estados.

Durante toda esta terça-feira (1º/4), caminhões levaram lixo para o local. Os resíduos foram cobertos com plásticos pretos.

De acordo com a Cetesb (Companhia Abiental do Estado de São Paulo), o terreno está contaminado com compostos lançados ao longo dos últimos anos pela indústria química dos Matarazzo.

Justificativa
Procurada pelo RD, a Prefeitura de São Caetano justificou a escolha da área para abrigar o lixo coletado na cidade. A administração fez questão de frisar que a medida é provisória, e foi necessária devido o fechamento do Aterro Lara.

Em nota a prefeitura afirma que “esta é uma medida emergencial, para evitar o acúmulo de lixo nas ruas da cidade – o que ofereceria riscos à saúde da população. Como o terreno onde o material está sendo depositado é fechado, ele foi escolhido para receber o material enquanto o aterro sanitário não voltar a funcionar”.

A administração Paulo Pinheiro (PMDB) destaca ainda que “o material depositado no terreno do Bairro Fundação será retirado imediatamente após a reabertura do aterro sanitário de Mauá”.

Greve continua

Nesta terça-feira foi realizada uma nova audiência entre representantes da Siemaco ABC (Sindicato dos Empregados em Empresas de Prestação de Serviços de Asseio e Conservação, Limpeza Urbana e Manutenção de Áreas Verdes Públicas e Privadas) e do sindicato patronal.

O encontro aconteceu no TRT (Tribunal Regional do Trabalho), mas frustrou a categoria, já que a proposta apresentada pelos empresários não foi alterada.

À tarde, os trabalhadores de coleta de lixo e limpeza urbana decidiram, em assembleia, que permanecerão em greve.

Histórico
A paralisação, que atinge coletores de lixo, varredores (garis), motoristas e equipes que realizam serviços diversos como pintura de sarjetas e podas de árvores, chega nesta quarta-feira (2) ao terceiro dia.

Os efeitos da greve podem ser vistos em diversas ruas do ABC, que estão com lixo acumulado.

A categoria deseja um aumento de 15,39% nos salários, enquanto as empresas ofereceram até agora reajuste de 10%.

(Colaborou Caio Soares)

Receba notícias do ABC diariamente em seu telefone.
Envie a mensagem “receber” via WhatsApp para o número 11 99927-5496.

Compartilhar nas redes