A greve dos profissionais de limpeza urbana da região começa a trazer prejuízos também para municípios que não fazem parte do ABC.
A paralisação resultou no fechamento do aterro Lara, em Mauá, que recebe resíduos de dez municípios, entre eles Praia Grande, Itanhaém e Toco do Mogi, no sul de Minas Gerais.
Com exceção de Santo André – que tem aterro próprio –, todas as cidades do ABC também enviam lixo para o Lara.
O espaço, um dos maiores da América Latina destinados a armazenar resíduos sólidos, recebe por mês cerca de 73 mil toneladas de lixo.
O funcionamento no Aterro Municipal de Santo André também foi prejudicado pela greve dos profissionais.
A categoria pede aumento de 15,39% nos salários, mas as empresas até agora ofereceram 10% de reajuste.
Primeiro dia
No primeiro dia de paralisação, as prefeituras da região adotaram medidas para tentar minimizar os efeitos da greve.
No caso de Santo André, o Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André) colocou funcionários próprios para fazer a coleta e varrição no Centro da cidade, região que produz um volume maior de resíduos.
Os ecopontos foram fechados e a coleta de resíduos das unidades de saúde ficou paralisada.
Diadema também colocou uma equipe emergencial para coletar o lixo.
O grupo, formado por 30 profissionais, coletou resíduos nas principais vias da cidade. Cerca de 150 coletores de lixo cruzaram os braços no município.
Por causa do fechamento do Aterro Lara, o lixo coletado em Diadema está por enquanto sendo levado para um espaço do Departamento de Limpeza Urbana, no Jardim Inamar.
Em nota, a prefeitura de São Caetano pediu a “compreensão da população” e recomendou aos munícipes evitar o “depósito de lixo nas ruas e avenidas do município. Isso no intuito de evitar, entre outros problemas, a proliferação de insetos e doenças, além do mau cheiro”.
No caso de São Bernardo, uma liminar garante que pelo menos metade dos profissionais trabalhe – ao contrário do que foi informado anteriormente pelo sindicato que representa a categoria, a decisão judicial não é válida para todo o ABC.
A prefeitura de São Bernardo informou que “está exigindo que a empresa SBC Valorização de Resíduos cumpra o contrato e realize a coleta na cidade sob pena de multa”.
De acordo com a prefeitura de Mauá, o serviço de varrição ocorreu normalmente na cidade, mas confirmou que a coleta de resíduos domiciliares está suspensa.
Próximo passo
Diretores do Siemaco ABC (Sindicato dos Empregados em Empresas de Prestação de Serviços de Asseio e Conservação, Limpeza Urbana e Manutenção de Áreas Verdes Públicas e Privadas) participam nesta terça-feira (1º) de uma audiência no TRT (Tribunal Regional do Trabalho).
O encontro vai definir os próximos passos da mobilização. As empresas podem apresentar uma nova proposta que leve a categoria a encerrar a greve.