Greve das ETECs chega a dia decisivo

Maioria dos professores da ETEC Lauro Gomes está de braços cruzados

Há 37 dias em greve, professores de ETECs (Escolas Técnicas Estaduais) e FATECs (Faculdades de Tecnologia) prometem comparecer em peso à Assembleia Legislativa nesta terça-feira (25) para acompanhar a votação das emendas feitas ao plano de carreira da categoria.

A paralisação, que atinge desde fevereiro unidades em diversas regiões do Estado – incluindo o ABC –, tem como principal objetivo pressionar o governo a cumprir a promessa de aprovar o plano. O compromisso da gestão Alckmin era enviar o projeto em 2013.

Newsletter RD

No ABC, a unidade que conta com a maior adesão à greve é a ETEC Lauro Gomes, em São Bernardo, onde cerca de 60% dos professores estão de braços cruzados. Na ETEC Jorge Street, em São Caetano, aderiram à paralisação 40% dos profissionais.

Emendas

A expectativa da categoria é que sejam votadas nesta terça-feira as emendas parlamentares que alteram pontos do plano de carreira apresentado pelo governador Geraldo Alckmin em 28 de fevereiro. O líder do governo Alckmin, Barros Munhoz (PSDB) sinalizou que a matéria seria apreciada nesta terça.

A maioria das emendas é de autoria do deputado estadual Alex Manente (PPS).

O plano de carreira apresentado pelo Palácio dos Bandeirantes foi considerado uma resposta à pressão exercida pela greve, mas não agradou os profissionais, que consideram a aprovação das emendas necessária para corrigir distorções do texto.

Na visão dos professores, o projeto do governo não corrige injustiças que persistem há anos em relação a outros professores da rede pública.

Os profissionais do Centro Paula Souza não têm direito, por exemplo, de apresentar atestados médicos de hospitais particulares, obter licença-maternidade de 180 dias ou ter 1/6 do salário incorporado aos vencimentos após 20 anos de serviço prestados – todos esses direitos garantidos a professores da rede pública. Por isso a necessidade das emendas.

“O que o governador fez mediante a pressão de greve foi enviar uma alteração simples do plano de carreira de 2008, e esse plano está muito precário, existem só algumas tabelas de números e reajustes salariais que não acompanham a inflação”, explica a professora da ETEC Lauro Gomes, Tania Vendrasco.

Corte de ponto e reposição

Os professores que estão em greve prometem repor todas as aulas perdidas, após o fim da paralisação. A categoria deve realizar novas assembléias depois que o projeto de lei for votado, para decidir os próximos passos do movimento.

A adesão à greve caiu desde o início da mobilização. A ETEC Lauro Gomes chegou a registrar 80% dos funcionários parados.

A participação caiu para 60% porque, de acordo com a categoria, o Centro Paula Souza ameaçou cortar o ponto dos grevistas. São ao todo 133 profissionais em greve agora em São Bernardo.

A informação divulgada pelo Centro Paula Souza é que as faltas serão descontadas do salário a ser pago no início de abril. Serão descontados os dias de trabalho, entre 17 e 28 de fevereiro.

Histórico

A atual mobilização dos professores pode ser considerada extensão de uma outra greve, ocorrida há três anos.

“Entramos em greve 2011, com a promessa do governo de que o plano de carreira sairia em 2013, o que não aconteceu. Com a informação de que o projeto ia ficar na gaveta, resolvemos retomar a paralisação em 2014”, explica a professora Tania Vendrasco.

Receba notícias do ABC diariamente em seu telefone.
Envie a mensagem “receber” via WhatsApp para o número 11 99927-5496.

Compartilhar nas redes