Professores cobram hora tecnológica

Professores cobram mais. Foto: Banco de Dados

Em curso com a campanha salarial 2014, o SinproABC (Sindicato dos Professores de Santo André, São Bernardo e São Caetano) quer conquistar um pleito inédito: a hora tecnológica. Como muitos profissionais possuem ou ganham equipamentos, como tablet, mesmo fora do horário de expediente, trocam informações, provas e avaliações com alunos.

Cálculos do sindicato indicam que essas iniciativas chegam a tomar 12 horas semanais do professor. ”Isso mostra que o profissional está atento ao mundo moderno. Porém, quando ele torna isso uma rotina, ele deixa de descansar ou então tem impedida sua jornada em outros locais de ensino”, destaca o presidente José Jorge Maggio.

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Atualmente, os professores contam, em alguns casos, com hora extra. Nessas situações, o serviço extra tem remuneração em dobro. A hora tecnológica,segundo Maggio, não precisaria ser necessariamente no mesmo patamar. “Precisamos discutir”, diz o dirigente sindical.

A campanha salarial deste ano começou em janeiro. A data base dos professores é março. Porém, como em 2014 também é discutida a convenção coletiva da categoria, a negociação deve transcorrer até o mês de abril.

Além da reposição da inflação do período -5,6% -, o sindicato busca um aumento real de 2,5% aos cerca de 5,5 mil professores da rede particular de ensino da região nas três cidades. Outro pleito da entidade é pela fixação de um número máximo de alunos por sala. “Hoje não tem. Mas nós precisamos definir isso. O que existe hoje é a definição de 1 aluno por metro quadrado”, completou Maggio.

Até agora, segundo o SinproABC, não houve avanço na mesa de negociações com o setor patronal. A terceira e última rodada ocorrerá nas próximas semanas. No sábado (22), ocorrerá assembleia com os professores para avaliar os rumos do movimento e existe a possibilidade de greve, caso as demandas não sejam encaminhadas.

Trabalho extraclasse inspirou greve nacional

Em 2013, o Sinpro ABC (Sindicato dos Professores de Santo André, São Bernardo e São Caetano) foi uma das entidades que convocaram sua base para a greve nacional de 20 de outubro. Segundo divulgado pelo sindicato, os professores do ensino privado de todo o Brasil fizeram greve nacional na data em denúncia contra o excesso de trabalho extraclasse imposto pelas instituições de ensino fora da carga horária contratada – uma das principais causas da exaustão e do adoecimento dos docentes.

José Jorge Maggio diz além de corrigir provas, planejar aulas, elaborar projetos, a cada dia surgem novas funções e exigências de atividades para os professores executarem fora do horário contratado. “Uma situação que prejudica a saúde dos professores e compromete a qualidade do ensino. Os docentes que atuam no setor privado sofrem com o excesso de trabalho não regulamentado e, muitas vezes, não remunerado”, observa o dirigente sindical.

Até o fechamento da edição, o sindicato que representa o setor patronal não havia retornado os contatos da reportagem.

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