Demora por ônibus chega até 50 minutos na região

População se queixa da demora nos pontos, mas prefeituras não resolvem / Foto: Rodrigo Lima

A demora quase eterna pelas linhas municipais de ônibus em Santo André e Mauá parece não ter solução para os usuários do transporte público. Trânsito intenso, excesso de chuva (sic), veículos quebrados nos corredores, frota com problemas mecânicos e obras viárias no caminho são as alegações das prefeituras para os atrasos dos ônibus. À população, só resta reclamar ao poder público, responsável pelas empresas operadoras, e aguardar que o sistema de transporte coletivo melhore o serviço ao usuário.

De acordo com levantamento realizado pela Autcresp (Associação dos Usuários de Transporte Coletivo do Estado de São Paulo), o ABC representa 8,7% do total de reclamações registradas pela entidade, em média 2.679 por mês.

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Do percentual de reclamações, 37% estão relacionadas a superlotação dos ônibus; 34% pelo não cumprimento dos horários (demora); 21% pelo preço da tarifa; 5% por falhas mecânicas (quebra) dos ônibus; e o restante de 3% está relacionado à falta de educação dos motoristas, sujeira nos ônibus, ônibus velhos e falta de linhas.

O aposentado Anacleto Tomé da Silva, 63, reclama do intervalo de 40 minutos para usar a linha sentido Jardim Maracanã (T-27). “Faça chuva ou sol, a demora é frequente e o ônibus acaba sempre vindo lotado”, afirma o munícipe.

A dona de casa Jeni Batista relata que já chegou a ultrapassar 1h no ponto da rua Luiz Pinto Fláquer à espera pela linha T-15 (Terminal Santo André/Hospital Mário Covas). “É um desrespeito. Já reclamei diversas vezes na SATrans, mas não adianta”, reclama.

Outras linhas com atrasos diários, segundo a auxiliar de serviços gerais, Valdinete Batista da Silva, são a B-47 (Vila Luzita/Palmares), B-19 (Campestre/Aclimação) e B-21 (Campestre/São Jorge). “É impossível cumprir horários, porque o horário dos ônibus muda cada dia”, diz,

GPS

Santo André possui 48 linhas e frota de 404 ônibus que, segundo o secretário de Obras e Serviços Públicos (SOSP), Paulinho Serra, é totalmente equipada com GPS. “Sabemos onde estão os ônibus e o tempo de demora de cada viagem”, diz.

Leandro Petrin, diretor da SATrans, concessionária que administra as empresas de transporte público do município, relaciona o problema aos efeitos do trânsito. “Muitas vezes o motivo da demora é o trânsito intenso na cidade, ocasionado por algum acidente ou carro quebrado durante o itinerário. No entanto, o intervalo e horários de saída dos ônibus das garagens são rigorosamente seguidos”, justifica Petrin.

O diretor da concessionária informa que a pesquisa de origem e destino, que fundamentará a alteração em todo o sistema, prevista para novembro de 2013, ainda não foi iniciada. “Precisamos estabilizar a utilização do Bilhete Único Andreense e a pesquisa fará parte do Plano de Mobilidade apresentado até o final deste ano”, aponta Petrin. Com o reajuste de prazo, a reestruturação dos itinerários, prevista para julho, também será adiada.

Usuários em Mauá reclamam do serviço

O vigilante Valdir Maciel, 45, enfrenta diariamente o problema da demora e da lotação dos ônibus municipais de Mauá. “Saio do trabalho cansado e ainda tenho de esperar 45 minutos para pegar o ônibus”, diz o morador, usuário da linha 075-Cerqueira Leite, que opera em intervalo de 25 minutos em horário de pico, segundo a Prefeitura.

Dentro do terminal central, a professora Rosa Soares utiliza a linha 143 – Sampaio Vidal e reclama, além da espera de quase 50 minutos, da falta de conforto e espaço reduzido para acomodar todos os passageiros. “É um absurdo as condições que somos obrigados a enfrentar diariamente e dizem para preferirmos o transporte público, como?”, questiona a moradora.

As linhas mencionadas pelos mauaenses são de responsabilidade provisória da Suzantur, que respondeu ao chamamento emergencial da Prefeitura e opera atualmente 40% do sistema, e deve assumir as outras 30 linhas, ainda atuadas pela Viação Cidade de Mauá. Esta última e a viação Leblon foram consideradas inidôneas pela Justiça por supostas irregularidades no sistema de bilhetagem eletrônica e proibidas de circular.

A Prefeitura de Mauá informa, por meio de nota, que os atrasos dos ônibus são ocasionados por motivos diversos, como acidentes nas vias, chuva excessiva, obras nas avenidas, falhas de procedimento das empresas e toda e qualquer interferência no viário, como veículos quebrados.

Licitação

O processo licitatório para renovação do transporte público de Mauá acontece até 6 de março, exatos 15 dias após a audiência pública que será promovida na Câmara no próximo dia 12, às 10h, para debater o assunto. “O processo é público, qualquer um que se encaixar no escopo licitatório, que pede uma linha 0 km e um sistema integrado com fiscalização, pode ser escolhido. Queremos agora um modelo de transporte” pontua o prefeito da cidade, Donisete Braga.  

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