Vera Cruz terá teatro, sete estúdios e centro de cursos, projeta secretário

Oliveira Neto diz que edital do Vera Cruz sai até março. Foto: Rodrigo Lima

São Bernardo lança até março o edital de concessão de parte da gerência do complexo cinematográfico Vera Cruz. Durante entrevista ao RDtv, Osvaldo Oliveira Neto, secretário de Cultura, revela que o objetivo é resgatar o protagonismo cinematográfico das décadas de 1940 e 1950. A empresa que vencer a licitação irá revitalizar o espaço com a construção de 7 estúdios – pequeno, médio e grande -, um teatro com capacidade para 800 pessoas, além de restaurante e café.

O estopim para o resgate do projeto, discutido desde 2009, foi a Lei do Cabo, sancionada em 2012, a qual destina 30% de programação nacional a canais pagos. “Nós tínhamos ciência que haveria discussão sobre legislação. Hoje a Agência Nacional do Cinema tem um fundo de mais de R$ 1 bilhão para investir. Tudo isso nos auxiliou para identificar o audiovisual como caminho econômico”, explica.

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Segundo o secretário, o projeto foi desenvolvido com produtores e cineastas. A nova Vera Cruz prevê um centro de formação de cineastas e de atores, além de um centro livre de artes cênicas. “Nós teremos um movimento sinérgico que pode atrair muita gente”, aposta.

Na nova concepção, o poder público será responsável pela formação gratuita de profissionais da área e pela indução de incubadoras para nutrir futuras empresas e fazer o “negócio girar”. “Nós vamos, a partir disso, atrair o mercado, quem produz e investe em filmes”, observa.

O titular da Pasta diz que o projeto contempla todo o ciclo: produção, consumo e também a fixação de talentos. “Vamos dar perspectiva de trabalhar na área. Se só tiver formação e incubação, assim que formado, o morador parte para onde oferecerem uma oportunidade melhor”, completa Neto.

A previsão inicial é investir R$ 63 milhões nos primeiros cinco anos para dar impulso ao projeto. Depois do edital, cerca de 90 dias, se tudo correr bem com a licitação, a empresa começa a obra que deve durar de 2 a 3 anos. A empresa vencedora da concorrência poderá explorar o ramo e aproveitar o grupo formado.

Mazzaropi

A Vera Cruz serviu de espaço para grandes estrelas do cinema nacional, como Mazzaropi, durante a história. Em cinco anos de produção, entre 1949 e 1953, o local foi palco para produção de filmes que exigiam altos investimentos devido ao padrão estético, que rivalizava às chanchadas da Atlântida, no Rio.

A proposta focava a produção de filmes que pudessem agradar o público internacional. A partir de 1954, a Vera Cruz só atuou como coprodutora. No ano seguinte, passa ao controle do Banco do Estado de São Paulo, que era o principal credor. Os fracassos financeiros fizeram com que o estúdio desaparecesse.

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