Santo André deixa de reciclar 25% do lixo

Foto: Banco de Dados

Santo André produz mais de 650 toneladas de lixo todos os dias. Todo o material vai para o aterro sanitário, que está com os dias contados em razão do grande volume. Mais de 162 toneladas de resíduos (25%) poderiam ser recicladas, mas ficam indisponíveis para reutilização em razão da mistura com outros materiais. Os dados são de pesquisa do Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André), que produziu um raio-x do lixo na cidade, com o percentual de materiais úmidos descartados.

Segundo o estudo, apenas 50,81% do material descartado corresponde a lixo orgânico (alimentos e produtos sanitários). O restante (49,19%) mistura o lixo seco a outros materiais, como tecido, madeira, entulho e resíduos tecnológicos, que poderiam ter um descarte diferenciado pela população.

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O índice é menor do que em 2008, data do último estudo, quando o aterro de Santo André recebia 56,25% de lixo orgânico. A constatação pode demonstrar uma redução na mobilização da população para separar o lixo seco. Santo André tem coleta porta a porta de lixo seco, destinado à reciclagem, há 15 anos.

Sebastião Ney Vaz, superintendente do Semasa, explica que o estudo foi necessário para ter uma avaliação mais aprofundada do aterro, que começou a ficar sobrecarregado e possui vida útil estimada de oito anos. “Ali só deveria entrar lixo orgânico, mas está recebendo tudo, inclusive o que não precisa”, diz.

Curiosamente, o bairro com a pior taxa de mistura de lixo orgânico com o seco é o Jardim, com 74,5%. Do total, mais de 17% é papelão, matéria totalmente reciclável, seguido por tecido e roupas em geral (6,20%). Em contrapartida, os bairros que mais reciclam são a vilas Pires, Helena e Marina, todos com média de 67%.

O estudo, que custou cerca de R$ 100 mil, chamado de caracterização gravimétrica de resíduos, analisou mais de 20 bairros para descobrir quais os mais emergentes quando se trata de separar o lixo orgânico do reciclável.

Para Vaz, a constatação do índice é de extrema importância, porque mostra em quais lugares a atuação de campanhas são mais necessárias. “O próximo passo é educar esses bairros para que aprendam a importância da reciclagem”, diz. Com a participação de toda a cidade, o aterro poderia ter, no mínimo, mais dois anos de vida útil.

Operação Obra Limpa

A partir de segunda-feira (09/12), Santo André dá início à Campanha Operação Obra Limpa, que visa combater o descarte irregular de resíduos de construção civil e demolição. A ação é uma parceria do município com o Consórcio Intermunicipal Grande ABC e pretende cadastrar todas as empresas que alocam caçambas. O objetivo é a colocação de selo indicativo para ajudar na fiscalização dos descartes. Para saber quais empresas já estão cadastradas é só entrar no site da campanha (www2.semasa.sp.gov.br/node/339).

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