Filhos do crack desafiam educação

Coordenadora do GT Educação aposta nas conferências locais, como a de Mauá, preparatória à estadua / Foto: Roberto Mourão

É entre os preparativos para a Conferência Estadual de Educação, que acontece em setembro, no Interior do Estado (local a ser definido) as novas demandas que surgem a todo o momento na área, como o atendimento aos filhos de usuários de crack, que o novo Grupo de Trabalho Educação, do Consórcio Intermunicipal Grande ABC, dá os primeiros passos no estabelecimento de políticas e diretrizes conjuntas de educação. Hoje uma das preocupações é elencar os encaminhamentos para a conferência, como determinar os delegados que representarão as cidades na etapa estadual.

Cada cidade agendou ou já realizou sua conferência, com envolvimento de todos os atores da educação, como profissionais do ensino público e privado, pais, estudantes, gestores, conselhos municipais e outros agentes. O objetivo é debater e levantar as necessidades do sistema de ensino das redes pública (municipal e estadual) e particular desde a educação básica (infantil, ensino fundamental I e II e ensino médio) até a superior e a profissional.

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Os temas abordados nos encontros locais serão levados à Conferência Estadual e, posteriormente, à Conferência Nacional de Educação, a Conae, marcada para 17 a 21 de fevereiro, em Brasília. A Conae 2014 vai repensar o novo e revolucionário Plano Nacional de Educação (PNE), previsto para os próximos 10 anos. Por isso, o tema central da conferência será “O PNE na articulação do Sistema Nacional de Educação: Participação Popular, Cooperação Federativa e Regime de Colaboração”.

Apesar da pauta para a etapa estadual ainda não estar totalmente fechada, alguns eixos já são conhecidos.“Diversidade, qualidade, sustentabilidade, financiamento e valorização dos profissionais”, enumera Ana Lucia Sanches, coordenadora do GT, também secretária adjunta de Educação de Santo André.

Integral

Ana Lucia afirma que aos eternos desafios, como equacionar a questão da falta de vagas nas creches e melhorar a qualidade no ensino fundamental, se somaram novas demandas, como a caminhada para educação integral, via programa federal Mais Educação, preparatório para o atendimento ao PNE. Santo André e Mauá estão em processo de montagem para inserção no sistema, enquanto São Bernardo e Diadema já são atuantes.

Optativo, o programa oferece às redes de ensino municipais atividades em vários macrocampos até a quinta série do ensino fundamental. Santo André optou por letramento de matemática, educação ambiental, esporte/lazer e cultura. “É um bom ensaio para o PNE”, acredita a adjuda de Santo André, que anuncia 16 novas creches até 2015, para zerar a fila, hoje de 1.959 crianças.

Mas é no atendimento aos filhos de usuários de drogas, principalmente do crack, o mais novo desafio da educação. “Como atendermos estes novos alunos, que chegam cegos e sofrem de diversos efeitos da droga?”, questiona a coordenadora do Consórcio. Ana Lucia afirma que o problema tornou mais complicada a educação especial para qualquer município. “Precisamos discutir o papel do Estado no compartilhamento no âmbito também da educação”, diz.
 

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