Telhado do Cine Teatro Carlos Gomes será reconstruído

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O prefeito de Santo André, Carlos Grana (PT), anunciou, nesta sexta-feira (5/4), que o telhado e os escoramentos do Cine Teatro Carlos Gomes, que esteve abandonado nos últimos anos, serão reconstruídos. Com investimento de R$ 400 mil, o projeto deve passar pela análise do Conselho Municipal de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arquitetônico e Paisagístico de Santo André (Comdephaapasa) nos próximos dias. Se aprovado, uma empresa que presta serviços de manutenção na cidade deve iniciar as obras em maio.

Segundo o secretário de Orçamento e Planejamento, Alberto Alves de Souza, a Prefeitura teve de anular dotações da Secretaria de Obras e Serviços Públicos para garantir recursos para a obra. Isso se deve ao rombo financeiro de R$ 110 milhões deixando em caixa pelo ex-prefeito Aidan Ravin (PTB), destacou o secretário de Gabinete, Tiago Nogueira. “Temos vontade política e o compromisso de fazer uma reforma maior no Carlos Gomes, mas precisamos ser transparentes e deixar claro que não há recursos no nosso orçamento para fazer isso agora. Precisamos de parcerias”, apontou o titular.

O telhado do Cine Teatro, feito de telhas de barro, e os escoramentos serão revistos respeitando-se a estrutura local, uma vez que o espaço foi tombado em 1992, explicou Alberto. “Vamos manter a volumetria do prédio. Não há intenção, por parte do governo, de descaracterizar o Carlos Gomes”, afirmou. As empenas também serão fechadas para evitar a entrada de água na estrutura e diminuir as forças do vento sobre a mesma.

Na ocasião, o prefeito Carlos Grana destacou que a medida preventiva anunciada hoje é pontual, e que a intenção do governo é transformar o Cine Teatro num espaço multiuso e inserido no corredor cultural que a administração projeta consolidar até o final deste mandato. “O projeto do governo anterior [para o Carlos Gomes] era apenas para sediar a Orquestra Municipal. Nós falamos agora em ter um equipamento com várias utilidades. Faremos um projeto mais amplo”, defendeu o prefeito.

Cerca de 50 pessoas marcaram presença na audiência pública. Grande parte integra o coletivo Cultura Viva Santo André. O secretário de Cultura, Raimundo Salles, também esteve presente no debate.

Prefeitura vai buscar recursos externos para reforma ampliada

Discussões acerca da vocação cultural de Santo André e de um projeto mais amplo para o Cine Teatro Carlos Gomes marcaram a audiência pública realizada na noite desta sexta-feira (5/4). O movimento Cultura Viva Santo André cobrou do governo maior participação na tomada de decisão a respeito das políticas culturais do município e, em especial, da reforma do equipamento em questão.

O encaminhado sugerido pela administração implica na formação de uma comissão para elaborar, nos próximos meses, um programa de uso para o Carlos Gomes. A ideia é que a sociedade possa desenvolver, junto à Prefeitura, um pré-projeto que contemple a promoção de ações culturais de formação, difusão e fomento ao Cinema, Teatro, Música, Dança, Artes Visuais, Literatura e Memória dentro do Cine Teatro. O coletivo tem o prazo de 15 dias para decidir se indicará membros para a comissão.

De acordo com o secretário Alberto Alves de Souza, após a conclusão do programa de uso, uma nova audiência pública e um seminário serão promovidos para que a população possa avaliar e sugerir mudanças no pré-projeto. Isto feito, a prefeitura deve contratar uma empresa especializada para desenvolver um projeto de reforma.

A expectativa do Paço é de concluir todo esse processo a tempo de buscar recursos junto ao governo federal e à iniciativa privada. Essa é a única alternativa, já que o Paço não dispõe de verba, apontou o secretário de Orçamento. “Queremos captar recursos para iniciar a reforma em 2014, pela Lei Rouanet ou Fundo Nacional de Cultura. Para isso, o projeto tem de estar pronto ainda esse ano. Caso contrário, vai ficar para 2015”, pontuou.

História

Primeiro cinema da cidade, o Cine Teatro Carlos Gomes foi inaugurado em 1912, na Rua Cel. Oliveira Lima. Em 1925, o cinema mudou-se para a Rua Senador Fláquer, no prédio de estilo arquitetônico neoclássico construído por Arthur Boschetti. Passou por várias reformas ao longo do tempo, tanto interna quanto externamente. Fechado na década de 1970, o local teve vários usos e foi desapropriado em 1991. O prédio foi tombado em 1992 pelo Comdephaapasa.