Aidan demite Ângelo Pavin do Semasa

Ângelo Pavin: Saída do Semasa após mais de 2 meses de crise / Foto: Marciel Peres

O prefeito Aidan Ravin exonerou o superintendente do Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André), Ângelo Pavin. A demissão ocorre mais de dois meses após o início das denúncias sobre a existência de um suposto esquema de extorsão na autarquia. A exoneração foi divulgada nos atos oficiais desta sexta-feira (18/05).

A gota d’água que teria motivado a decisão do prefeito foi o depoimento prestado por Ângelo Pavin à Polícia Civil na última quarta-feira (16/05). Pavin afirmou que Aidan teria sido o responsável por nomear o advogado Calixto Antônio Junior para atuar na autarquia.

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O então superintendente do Semasa sugeriu ainda que a existência de um esquema de extorsão para liberação de licenças ambientais dependeria da participação de outros órgãos da Prefeitura. O funcionamento do processo de corrupção estaria atrelado, portanto, à anuência de alguém que tivesse autonomia sobre estes órgãos – no caso, o prefeito Aidan Ravin, segundo Pavin.

Substituto e força-tarefa – O superintendente da EMHAP (Empresa Municipal de Habitação Popular de Santo André), Omar Lopes dos Santos, foi escolhido para comandar o Semasa. Santos é subordinado ao secretário de Habitação, Frederico Muraro Filho, apontado por Calixto Antônio Júnior como um dos participantes do esquema.

O prefeito de Santo André designou integrantes do primeiro escalão para formar uma força-tarefa que terá o papel de fazer uma varredura nos contratos do Semasa. Os nomes de confiança escolhidos por Aidan Ravin foram os secretários de Administração e Modernização, Milton Barreiro, de Finanças, Heitor Sichmann e de Orçamento e Planejamento, Edson Salvo Melo.

Jogo de empurra – A relação entre Aidan e Pavin, que já estava desgastada antes do início das denúncias de corrupção, ficou ainda mais delicada após o surgimento do Caso Semasa.

O depoimento contundente de Calixto Antônio Júnior na segunda semana de abril, acusando o prefeito de fazer parte de “quadrilha da corrupção”, deu início a um jogo de empurra sobre quem teria autorizado o advogado a atuar no Semasa. O prefeito passou a responsabilizar a autarquia – e indiretamente Ângelo Pavin – pela nomeação.

Apesar do desgaste, o prefeito não exonerou o superintendente logo após o início das denúncias. Nas oportunidades em que foi questionado sobre o motivo de não ter demitido Pavin, o prefeito alegou que não havia provas que justificassem o desligamento. Desta vez, a quebra de confiança teria falado mais alto do que a existência de provas, o que fez o prefeito mudar de idéia.

Depoimento – Nesta quinta-feira o assessor de Gabinete do prefeito, Antônio Feijó, depôs à Polícia Civil. Feijó negou que tenha orientado Nelson de Freitas a nomear Calixto Antônio Junior para atuar na autarquia.

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