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As associações de engenheiros e arquitetos do ABCDMRR, querem coibir a ação de profissionais que são contratados para apenas “assinar” projetos de construção ou reforma de imóveis. O aumento da fiscalização é apontado como um dos melhores caminhos para diminuir a atuação dos chamados “caneteiros”.
Em entrevista ao RD, o presidente da Associação dos Engenheiros e Arquitetos do ABC, Engº Luiz Augusto Moretti, e o Presidente da Associação de São Bernardo do Campo, Arqº José Roberto Pereira Antunes, defenderam ainda união entre as duas categorias profissionais.
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Repórter Diário – Como a Associação vê a ação de profissionais que são pagos para somente assinar projetos?
Luiz Augusto Moretti – O que se chama de “caneteiro” é aquela pessoa que somente assina o projeto. Não fez o projeto e não acompanha a obra. É o tipo de profissional que não quer trabalhar e que nós combatemos.
Por isso lutamos pela fiscalização de todas as obras, pelo acompanhamento do responsável técnico, pela emissão das ART’s ou RRT’s. É importante que o profissional escolhido esteja regularmente registrado no seu Conselho, faça o projeto e acompanhe de perto a sua execução.
RD – Qual o perigo de se contratar profissionais não-qualificados?
Moretti – O profissional que não tem conhecimento oferece muitos riscos para a obra. A tendência é que ele execute o seu trabalho sem qualquer critério, faça o que o proprietário solicitar sem qualificação para prever as conseqüências. O que parece econômico pode custar muito mais nos gastos materiais e ainda riscos incalculáveis quanto a segurança da obra.
Um responsável técnico irá recolher uma ART (Anotação de Responsabilidade Técnica) ou RRT, terá o seu nome como responsável por aquela obra e responderá civil e criminalmente por ela. Por isso é importante contratarmos um Profissional devidamente registrado e quites com suas obrigações no seu conselho.
José Roberto Antunes – Temos uma linha de conduta que é atacar os “caneteiros”, porque isso coloca em risco toda a sociedade. Você tem um custo para fazer um bom trabalho e realmente se responsabilizar por ele, e da forma como é feito por alguns “profissionais”, desqualifica o trabalho e põe em risco a sociedade. Esse tipo de ação nós vamos trabalhar para extinguir este mal profissional.
RD – É comum a ação destes profissionais no ABC?
Antunes – A gente não tem essa demanda levantada. Muitos acidentes acontecem e não são divulgados por serem de pequeno porte e não causar dano significativo. Sabemos quando a imprensa divulga, que normalmente são os acidentes maiores, como o Edifício do Rio de Janeiro e o de são Bernardo do Campo por exemplo.
RD – Quais as principais diferenças no trabalho entre arquitetos e engenheiros?
Antunes – Basicamente as atribuições de engenheiros e arquitetos são muito semelhantes, não há diferença substancial. A diferença ocorre, por exemplo, na elétrica. O arquiteto pode fazer projetos de baixa tensão, já o de alta tensão é competência do engenheiro eletricista. É muito mais a opção de quem vai contratar.
Moretti – Como disse o Antunes, as atribuições são muito semelhantes, tanto o Engenheiro Civil como o Arquiteto terão condições de projetar e acompanhar a sua obra ou reforma. Para qualquer obra deve-se contratar Profissional habilitado que seja o responsável técnico, recolher a ART (Anotação de Responsabilidade Técnica) ou RRT (Registro de Responsabilidade Técnica), onde constam o nome do profissional e o registro dele no Conselho e o trabalho que será executado.
Uma das funções das Associações é unir os Profissionais da área tecnológica dentro de uma mesma entidade, valorizando e unindo a categoria através de treinamentos, cursos e atualização profissional, sem qualquer privilégio para um ou outro.
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