ABC trabalha para se enquadrar no Plano Nacional de Resíduos Sólidos

Os municípios do ABC investem em ações de destinação final do lixo para conseguir se enquadrar no Plano Nacional de Resíduos Sólidos, texto aprovado pelo governo federal em 2010 que tem entre metas obrigar as cidades encaminharem aos aterros sanitários apenas rejeitos, a parte do lixo que não tem como ser reciclada ou reaproveitada. Levantamento feito pelo Repórter Diário em 2011 apontou que apenas 1% de todo o lixo produzido na região é encaminhado para cooperativas de reciclagem. 

Para tentar se enquadrar, Mauá prepara o Plano Municipal de Resíduos Sólidos, que deve ficar pronto até o final de maio. “Ainda estamos definindo metas e investimentos, mas queremos passar das atuais 60 toneladas de material reciclado por mês para 180 toneladas/mês nos próximos quatro anos, ou seja, se hoje a coleta seletiva representa apenas 1% de todo o lixo produzido na cidade, em quatro anos queremos passar para 3%”, explica o secretário de Meio Ambiente, José Afonso Pereira.

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Com produção diária de aproximadamente 250 toneladas, Mauá espera reciclar 6% do lixo nos próximos oito anos e 12% em 12 anos. Para o secretário, o desafio é finalizar e aprovar o Plano Municipal para, então, readequar o investimento do setor dentro da Lei Orçamentária. “O investimento na coleta seletiva hoje é muito precário. Gastamos menos de R$ 30 mil por mês, mas isso deve mudar com a aprovação do Plano local”, conta.

São Bernardo conta atualmente com produção média de 22 mil toneladas de lixo por mês, mas apenas 0,9% vai para reciclagem. A meta é aumentar o índice para 10% até 2017. “Neste prazo criaremos mais 26 ecopontos, 400 pontos de entrega voluntária de materiais recicláveis e quatro novas centrais de triagem”, diz Maurício Cardozo, diretor do Departamento de Limpeza Urbana de São Bernardo, .

São Caetano

Desde 2011, atendendo ao Plano Nacional de Resíduos Sólidos, o DAE (Departamento de Água e Esgoto) de São Caetano passou a gerenciar o tratamento e destinação final do lixo domiciliar, hospitalar e coleta seletiva. Atualmente, a coleta seletiva porta a porta atende seis bairros: Santo Antonio, Jardim São Caetano, Vila São José, Mauá, Cerâmica e Santa Paula. Nos próximos meses o serviço deve cobrir os 15 bairros da cidade.

Outra mudança foi a contratação de uma Cooperativa de Catadores, que opera na usina de reciclagem. O material recolhido é separado e vendido. O município coleta diariamente cerca de 165 toneladas de lixo orgânico e 1% do total é reciclado.

Vida Limpa

Em Diadema o destaque é o programa ‘Vida Limpa de Coleta Seletiva e Solidária’, que recolhe cerca de 113 toneladas/mês de materiais recicláveis. O programa tem como objetivos diminuir a destinação final de resíduos sólidos para o aterro.

A coleta é feita porta a porta, em órgãos públicos e empresas, além da entrega direta nos seis postos do Vida Limpa e por meio da rede municipal de ensino, que recolhe os materiais levados pelos alunos. O Programa Vida Limpa existe desde 2002 e integra a política de resíduos sólidos do município.

O programa recebeu, por dois anos consecutivos, em 2010 e 2011, o Selo Amigo do Catador, do Movimento Nacional dos Catadores de Recicláveis. O prêmio simboliza o reconhecimento de iniciativas que contribuem com o meio ambiente e para a organização dos catadores.

Encontra-se em fase de estudos, a possibilidade de implantação no município de unidades de processamento e de tratamento para redução de massa/volume e produção de biogás e compostos orgânicos, por meio do reaproveitamento energético da parcela orgânica dos resíduos. Diadema coleta cerca de 9 mil toneladas de lixo por mês.

Santo André

Santo André é o único município com aterro sanitário na região que coleta cerca de 600 toneladas de lixo úmido por dia e aproximadamente 15 toneladas de lixo seco por dia. A coleta seletiva em Santo André existe desde 1997 (projeto piloto) e desde 1999 atende todo o município.

O Semasa também disponibiliza a população 16 Estações de Coleta que estão aptas a receber os resíduos secos e também outros resíduos em pequenas quantidades como restos de construções, madeiras, móveis velhos e eletrodomésticos antigos.

Outras metas

Além da destinação apenas de rejeitos aos aterros, o Plano Nacional de Resíduos Sólidos prevê o fechamento até 2014 de todos os lixões a céu aberto e a elaboração de planos de resíduos sólidos pelos municípios.

Município             Produção anual          Produção por pessoa por dia          Gasto médio anual
Santo André           332,4 mil toneladas      0,87 kg                                                  R$ 13,9 milhões
São Bernardo         273,7 mil toneladas      0,89 Kg                                                 R$ 42 milhões
São Caetano          60 mil toneladas           1,10kg                                                   R$ 6 milhões
Diadema                116,8 mil toneladas       0,83 kg                                                  R$ 15,2 milhões
Mauá                      91 mil toneladas           0,59 kg                                                  R$ 13,4 milhões

Fonte: Prefeituras

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