Inspeção veicular reduz emissão de poluentes em até 30%

A inspeção veicular, alvo de constantes debates na região, pode reduzir a emissão de poluentes no ar em até 30%. De acordo com Marcelo Pereira Bales, gerente do Setor de Avaliação de Programas de Transporte da Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo), resultados baseados em experiências internacionais (referência USEPA – Agência Ambiental do Estados Unidos), indicam uma redução das emissões de poluentes na faixa entre 5% e 30% para hidrocarbonetos e monóxido de carbono e acima de 10% em óxidos de nitrogênio.

João Carlos Mucciacito, mestre em Poluição do Ar e professor da Fundação Santo André, do IPOG (Instituto de Pós-Graduação) e da USCS (Universidade São Caetano do Sul), destaca que os veículos são a maior fonte de poluição do ar. “Precisamos diminuir a poluição emitida pelos veículos no ABC e isso pode ser feito, a princípio, de duas formas: inspeção veicular e rodízio de automóveis, tema responsável por muitas discussões, pois é incomodo, mas necessário”, defende. Para Bales, o resultado esperado com a inspeção veicular é a redução da carga de poluentes correspondente àquela parcela gerada pela falta de manutenção dos veículos.

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Apesar de defender a inspeção, Mucciacito questiona o modelo adotado em São Paulo. “Deveria abranger todos os veículos, independentemente do ano, e contemplar os motociclos, pois temos observado que a inspeção vem sendo feita muito precariamente nestes veículos”, diz. Maria Helena Martins, gerente da Divisão de Qualidade do Ar da Cestesb, reforça a importância da ampliação da inspeção veicular em toda a região metropolitana de São Paulo. “O ABC está inserido no contexto metropolitano e, a exemplo do ozônio que é formado na atmosfera, os poluentes são transportados de uma cidade para outra”, avalia.

Ozônio ultrapassou padrão
No ABC, a medição da qualidade do ar é feita por seis estações automáticas de monitoramento da Cetesb (Santo André/Capuava, Santo André/Paço Municipal, Mauá, São Caetano, São Bernardo e Diadema). Segundo Maria Helena Martins, gerente da Divisão de Qualidade do Ar da companhia, cada estação mede os poluentes mais relevantes para aquela região e a qualidade do ar é definida pelo item que apresenta a maior quantidade.

O ozônio, formado na atmosfera a partir de óxidos de nitrogênio e compostos orgânicos voláteis (combustíveis evaporativos), é um dos que mais preocupam, pois é o que mais ultrapassa o padrão estabelecido pela Cetesb. “O nível de ozônio saiu do padrão cerca de 20 dias no ano de 2010 e cada episódio de ozônio dura cerca de duas horas”, diz. O relatório de 2011 ainda não está consolidado.

(Colaborou Nathália Blanco)

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Acompanhe a série sobre poluição elaborada pelo RD:

1 - Poluição do ar mata 5,4 mil pessoas por ano

2 - ‘Barulhento’ pode levar multa de até R$ 8,4 mil

3 – Cidades não combatem poluição visual

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