Motoristas promovem corrida aos postos de combustíveis

Fila de carros em posto de Mauá: Excesso de demanda e desabastecimento / Foto: Marciel Peres

As cenas lembram filmes-catástrofe de Hollywood: Motoristas aguardando em filas gigantescas nos postos de combustíveis.

O medo de desabastecimento provocou uma corrida aos postos da região nesta terça-feira (06/03). O movimento, que se intensificou no período da tarde, levou primeiramente à escassez de gasolina nos estabelecimentos. No início da noite, muitos dos postos da região só vendiam etanol. E as filas continuam.

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Administrador de um posto localizado na rua Monteiro Lobato, em Ribeirão Pires, Arnaldo Artacho foi pego de surpresa com o excesso repentino de clientes. “Nesse ritmo, não sei se teremos combustível até amanhã”, afirma.

A superlotação de veículos nos postos foi provocada pela paralisação de caminhoneiros que transportam combustível, o que causou desabastecimento na capital e na Grande São Paulo. Os profissionais protestam contra a medida da prefeitura da Capital, que restringiu o tráfego de caminhões na marginal Tietê.

Espera
O motorista que tentou abastecer o carro nesta terça-feira teve que ter paciência. Nas filas, donos de veículos que souberam da possibilidade de desabastecimento e correram para encher o tanque, mas também aqueles que já pretendiam abastecer neste dia, e por acaso, se depararam com a confusão. O tempo de espera chegava a mais de meia hora, em média.

Quem estava com o tanque na reserva, como o advogado Marcos Teixeira, por pouco não ficou na rua. “Passei por oito postos, todos sem combustível”, relata, após encontrar um posto em que ainda havia etanol disponível para venda.

Justiça
Decisão liminar divulgada na noite desta terça-feira determina que os sindicatos que organizam o protesto dos caminhoneiros interrompam a paralisação. A Justiça de São Paulo determinou multa de R$ 1 milhão por dia no caso de descumprimento da ordem judicial.

O Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes (Sindicom) informou, por meio de nota, que suas associadas estão se empenhando, utilizando inclusive escolta policial, para retomar algumas operações de entrega de combustíveis a partir de suas bases de distribuição na Grande São Paulo.

Segundo o sindicato, durante a tarde desta terça-feira foram realizadas entregas para alguns serviços essenciais (coleta de lixo, hospitais etc.), com destaque para o aeroporto de Congonhas, cujos estoques encontram-se assegurados para o atendimento das companhias aéreas.

“As distribuidoras do Sindicom reiteram seu compromisso com o abastecimento da cidade, mas ressaltam que, apesar do engajamento das equipes da Polícia Militar, têm encontrado grande dificuldade em mobilizar transportadores e motoristas a realizar estas operações, em função dos diversos ataques, agressões e intimidações realizados por manifestantes nas manhãs de ontem e hoje”, afirma o texto.

Estão sendo planejados comboios para entregas aos postos, ainda em volumes reduzidos, com a garantia das Polícias Militar e Civil de São Paulo.

O sindicato informou ainda que foi deferida liminar pela justiça estadual em São Caetano do Sul (2ª Vara Cível), assegurando às associadas do Sindicom o direito de livre trânsito dos caminhões-tanque, com a necessária escolta policial, estando prevista a responsabilização das lideranças dos manifestantes (piqueteiros) por prejuízos causados às empresas e danos a veículos ou bens.

(Com Agência Estado)

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