Lindemberg Alves Fernandes será ouvido nesta quarta-feira (15), no terceiro dia de julgamento do caso Eloá. Será a primeira vez que o acusado falará sobre o caso, desde a morte de Eloá Pimentel, em 2008.
Havia a expectativa que o depoimento do motoboy ocorresse nesta terça-feira (14). No entanto, a demora para finalização de um dos depoimentos atrasou os trabalhos. O capitão do Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais), Adriano Giovanini, foi ouvido por cerca de quatro horas – o depoimento mais longo até agora. Giovanini negociou a libertação de reféns na época.
Devido à demora, a juíza Milena Dias decidiu suspender os trabalhos, que serão retomados a partir das 9h desta quarta-feira. O primeiro a falar será o tenente do Gate, Paulo Sérgio Schiavo, última testemunha de defesa. Em seguida, Lindemberg deve ser ouvido.
Dia começou com fala de familiares
O segundo dia de julgamento de Lindemberg Alves teve início com o depoimento de Ronickson Pimentel, irmão mais velho de Eloá. Ele chamou o acusado de “monstro, louco e agressivo” e disse que não aprovava o namoro da irmã com o rapaz. Douglas, irmão da menina morta, também caracterizou Lindemberg como ‘monstro’.
A mãe de Eloá Pimentel, Ana Cristina Pimentel, chegou a ser arrolada como testemunha de defesa, mas a pedido da advogada de Lindemberg, não depôs. No início da tarde, em entrevista aos jornalistas, ela chamou o rapaz de “assassino”.
Ela relembrou o momento em que, no plenário, ficou cara a cara com o acusado e se encararam. Disse não ter visto arrependimento nos olhos do réu. Segundo ela, Lindemberg fez um gesto com as mãos, interpretado por ela como um pedido para que ela ‘limpasse a barra’ dele.
Vaias
A advogada de Lindemberg foi hostilizada ao deixar o Fórum de Santo André para almoçar. Recebeu vaias das pessoas que acompanhavam o julgamento do lado de fora.
Voltar a estudar
Durante depoimento da perita Dairse Aparecida Pereira Lopes, a advogada Ana Lúcia Assad, disse para a juíza Milena Dias “voltar a estudar”. Assad questionava um ponto técnico no inquérito durante o depoimento da testemunha. A advogada do réu mencionou o “princípio da verdade real”, que a juíza Milena Dias disse desconhecer. Assad respondeu: “Então a senhora devia ler mais. Voltar a estudar”.
Nesse momento, a promotora Daniela Hashimoto alertou a advogada de defesa. “O que a senhora disse é desacato, a senhora pode responder por isso”, afirmou Hashimoto.
(com AE)
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