Segurança e educação preocupam as mães

Mãe adotiva, Valdice afirma que Mariana acrescentou muito à sua vida / Foto: Marciel Peres

As preocupações geradas com a maternidade mudaram. Se antes as mulheres se preocupavam com a educação, a moral dos filhos e com a construção de uma família, o foco hoje é outro. Com o avanço da violência, novas tecnologias e a mudança nos padrões da sociedade, as mães se preocupam com a segurança, educação e carreira profissional dos filhos.

Isabela Kanupp, de 19 anos, revela que não segue o estilo da mãe quando o assunto é a educação da filha Beatriz, de um ano e seis meses. “Antes, a maior preocupação era educar uma criança dentro dos parâmetros do que era considerado correto, colocar numa boa escola e ajudar para tirar notas acima da média. Hoje nossa preocupação é a violência”, comenta.

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Isabela destaca ainda que não pretende criar a filha ‘dentro de uma bolha’, no entanto fica preocupada com a violência até dentro das escolas.“Eu sei que ela tem de sociabilizar, mas até onde achávamos que era seguro deixar o filho, não é mais.Na minha infância era tudo mais brincadeira. Bullying não era bullying, era brincadeira de criança que muitas vezes não gerava trauma algum”, afirma.

FAMÍLIA TRADICIONAL – A tarefa de ser mãe nem sempre está vinculada à tradicional família formada por casal e filhos biológicos. Há casos em que, por problemas de fertilidade ou simples desejo, as mulheres optam pela adoção ou acumulam funções, como os casos das mães-avós. Valdice de Sousa Siqueira, funcionária pública municipal aposentada, diz que o desejo de adotar sempre fez parte de vida.“Sou espírita e acredito que a adoção já nasce com você.De certa forma resgatei minha filha de outras vidas”, comenta.

A moradora de São Bernardo diz que esperou o casal de filhos biológicos – Maiara e Guilherme – ingressarem na faculdade e se cadastrou para adotar um bebê. Demorou seis anos até Valdice receber a pequena Mariana, na época com um ano e meio de idade. “No momento em que a vi tive a certeza de que ela era a criança certa. Ela é quem vem acrescentar algo em nossas vidas, nós não estamos fazendo nenhum favor”, destaca. Valdice comenta que a educação de Mariana, hoje com cinco anos, é a mesma aplicada aos filhos mais velhos.“O pessoal até fala que sou muito rígida com eles, mas gosto de cobrar resultados”, diz.

AVÓ-MÃE – Depois de criar três crianças e se divorciar, a dona de casa Eglair Delumbo Antunes ganhou mais um filho ao assumir a responsabilidade pela educação do neto Tiago, há mais de 12 anos. Com apenas três meses de idade, o garoto foi deixado com o pai, já que a mãe foi embora. “Tive a vida completamente mudada, porque foi como se tivesse tido um bebê.

Passei a me dedicar inteiramente a ele”, conta a moradora de São Paulo. A partir daí, Tiago, hoje com 12 anos, passou a receber o mesmo tratamento dado aos tios e ao pai, assumindo o lugar de filho caçula de Eglair.“Quando ele era menor até me chamava de mãe,mas depois ensinamos que eu sou a avó. O pai dele até fala que eu mimo demais, mas fico preocupada com a violência”, comenta a avó-mãe.

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